Madeira

Eduardo Jesus responsabiliza a União Europeia pela crise no turismo

Comissão é criticada por não impor aos Estados Membros testagem obrigatória aos passageiros na origem

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O Governo Regional ‘aponta o dedo’ à União Europeia (UE) pelas consequências "devastadoras" que a pandemia da covid-19 está a ter no sector do Turismo.

À margem da cerimónia de atribuição da ‘Medalha de Mérito Turístico’ a 24 personalidades e instituições pelo seu papel de relevância no sector, Eduardo Jesus lembrou que “a Madeira desde a primeira hora defendeu que o controlo sanitário deveria ser feito antes do início de qualquer viagem. Infelizmente não foi assim que as autoridades europeias entenderam. Aliás, demitiram-se de qualquer opinião, o que é mais grave ainda”, começou por criticar, pese embora a situação actual na Região ser “reconhecida internacionalmente” devido “ao controlo nos aeroportos à chegada”. Reforça contudo que “o ideal seria sempre à partida”.

“Nenhum outro destino turístico no mundo se encontra como se encontra a Madeira”

Secretário do Turismo só lamenta que o sector esteja “refém da procura” causada pelo medo

Orlando Drumond , 27 Setembro 2020 - 12:37

Na opinião do governante madeirense, em qualquer dos mercados emissores as pessoas deviam ser testadas antes de iniciar a viagem, por entender que procedimento garantiria “a retoma deste sector e a actividade deste sector seria necessariamente outra”, mesmo na actualidade face ao recrudescer do número de infectados “em toda a Europa”. Para Eduardo Jesus “não há dúvida nenhuma” acerca da importância determinante da testagem à partida. Lamenta por isso que “tarda essa decisão e enquanto a mesma não acontecer o efeito da pandemia vai-se fazer, pese embora o enorme esforço que está a ser feito da parte do Governo Regional para que essas consequências sejam as mais pequenas possíveis”, sublinhou.

Motivo para ter trazido à Região “muitas equipas da comunicação social de vários países, principalmente europeus” precisamente para vivenciarem a experiência que a nossa realidade de segurança sanitária proporciona desde o desembarque, na expectativa que sejam os órgãos de comunicação social “os mensageiros da realidade que nós temos aqui na Madeira”, justificou.

Eduardo Jesus reforça que “este é o maior capital que nós temos hoje em dia. Nenhum outro destino turístico, mas nenhum outro destino turístico concorrente da Madeira pode afirmar o controlo pandémico que nós tivemos, pode afirmar ter sido o primeiro destino a dispor de um manual de boas práticas, também não podem afirmar que estão a ser certificados em termos de segurança sanitária como nós estamos e nenhum deles pode afirmar que tem um controlo de triagem e de testes à chegada como a Madeira tem”, afirma.

Destaca por isso o “percurso que é ímpar e que valeu claramente um posicionamento que é único. A Madeira é o destino que está melhor preparado para garantir a confiança às pessoas”, insiste. “Agora é preciso aqui chegar”, lembra. “É essa parte da confiança que é preciso conquistar. Daí nós continuarmos a insistir, pese embora o modelo que adoptamos na Madeira, que era importantíssimo que a União Europeia, através da Comissão, tomasse uma posição que fosse uniforme para todos os Estados [Membros] e que obrigasse a que o controlo da viagem se fizesse na origem. Isso é que era extraordinariamente importante para nós”, considera.

Lamentou por isso que continue a predominar “a existência de diferentes critérios nos diferentes Estados Membros” realidade que “dificulta imenso, por que há muita informação, a informação por vezes até não é bem transmitida” que só contribuiu para agravar o medo de viajar, porque “ficam confundidas com essa mesma informação, e isso prejudica bastante”, denuncia.

Tudo razões para a Madeira continuar a enfrentar esta “forte batalha” e não desistir de lutar em “fazer ver aos países emissores que a RAM tem uma situação epidemiológica completamente diferente do espaço continental”, apontou. Neste particular, Eduardo Jesus considera que a ‘descontinuidade’ territorial entre as regiões autónomas e o espaço continental que proporciona a descriminação positiva para a Madeira é de “enorme justiça” e “da maior relevância”.

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