Madeira

Lei em Santa Cruz deixou de ser "a la carte laranja", afirma Filipe Sousa

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Foto DR

O Presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz disse, hoje, durante uma mesa redonda inserida no aniversário da freguesia da Camacha, que o problema daquela freguesia "é estar refém de certos empresários de charuto e cachimbo, que felizmente são poucos, mas que nada mais fazem do que defender os seus interesses pessoais em detrimento do interesse da população”.

Empresários que, lembra, sempre andaram “de braço dado com o PSD, e que não se esquecem dos tempos em que o poder os serviu e dos tempos em que se serviram do poder”. São esses que agora, conluiados com o partido laranja, "juntam as dores de quem deixou de ter privilégios às dores de quem quer conquistar o poder que tinha a toda a força para voltar ao sistema de caciquismo e amiguismo que ainda funciona na Madeira, mas que, graças a Deus, já não funciona no concelho de Santa Cruz", onde, segundo o presidente, “já não se vive um sistema de privilégios a uns poucos em prejuízo da maioria”.

Filipe Sousa apontou o dedo a alguns empresários que estavam habituados a "arranjinhos que iam contra a lei, habituados ao fechar de olhos relativamente aos planos de ordenamento, e que viviam numa espécie de legislação à "la carte laranja", feita à medida de quem tinha o cartão partidário da cor certa. 

Segundo o autarca, o programa dessa gente, quando critica o que hoje se faz ao nível da política concelhia, é apenas o de voltar ao sistema de privilégios que conheceram durante décadas.

Aos que ainda recentemente vieram a público afirmar que a Camacha está esquecida e parada, acusou de estarem a “mentir à população”, apontando o dedo a “militantes social democratas da Camacha, com responsabilidades em instituições (tipo casas do povo, conselhos económicos e sociais), que vêm agora criticar a Câmara pela falta de investimento, quando esses mesmos responsáveis emitem parecer negativo a investimentos na Camacha, sabe-se lá em defesa de quê". Filipe Sousa recorda que estas mesmas pessoas ocupam lugares que poderiam usar para influenciar o Governo Regional a investir na Camacha, ou então a cumprir o que prometeu, nomeadamente contratos-programa para investimentos de vulto naquela freguesia.

O Presidente da Câmara de Santa Cruz referia-se concretamente à intervenção que a autarquia vai assumir sozinha para renovar e reabilitar o Largo da Achada. "O PSD da Camacha, que num dia grita que não há investimento, no outro critica o investimento que está prestes a ir para o terreno sem o apoio do Governo PSD", afirma Filipe Sousa, referindo que é preciso "ter lata para vir acusar a Câmara de não dar conhecimento à população do que vai ser feito".

Vincou que a última revista municipal fez capa com o projecto para a Camacha e que o mesmo chegou a ser apresentado à saída das missas e ao próprio presidente do Governo, que o elogiou. 

Para o autarca, todas estas críticas são “uma tentativa frustrada de obstaculizar o trabalho camarário por parte de gente que nunca fez nada nem pela Camacha nem por Santa Cruz, a não ser defender os seus próprios interesses”. Lembra que esta gestão autárquica fez em sete anos o que nunca o PSD fez pela Camacha em décadas, apontando para o asfaltamento da Rua Maria Ascensão, promessa sempre adiada pelo PSD, o investimento no mercadinho, a renovação do parque infantil e agora o projecto do Largo da Achada.

"O PSD lembra os religiosos não praticantes, porque exige transparência onde hoje ela existe, mas onde nunca existiu no tempo deles, exige diálogo quando nunca o praticou e aliás continua a não praticar", afirmou Filipe Sousa, recordando que “aqueles que agora exigem concurso de ideias para o Largo da Achada fazem parte do Governo PSD que constrói estradas em plena Laurissilva, coloca jaulas de peixe no mar à revelia da vontade da população”.

O autarca continua a dizer que Santa Cruz será o que os santacruzenses quiserem e será aquilo que o povo sufragar nas urnas e não a vontade de meia dúzia que perdeu privilégios e anda agora desesperada para os recuperar.

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