Madeira

Licenciamento e construção de edifícios 'aguentam' Madeira no topo

Apesar das melhorias no 2.º trimestre face ao período homólogo do ano passado, o impacto do covid-19 fez abrandar ímpeto do sector face ao 1.º trimestre de 2020

Foto Shutterstock
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O 2º trimestre de 2020 foi positivo para o sector da construção na Madeira, ao ponto de a Região figurar no topo das obras licenciadas e dos edifícios concluídos em termos de evolução comparada com as outras regiões de Portugal, mas apenas face ao 2.º trimestre do ano passado, pois quando comparado com o 1.º trimestre deste ano, sobretudo entre Janeiro e Fevereiro, a verdade é que as perdas são assinaláveis. Na prática, os dados entre Abril e Junho mostram que, mesmo perante a paralisação parcial causada pela pandemia, o sector teve melhor desempenho do que tivera um ano antes.

Assim, o que pode parecer uma contradição, acaba por ser uma constatação de que as perdas que poderiam ser assinaláveis num dos sectores de actividade mais importantes da Madeira, não sofreu quebras como ocorreu com o Turismo ou o Comércio, por exemplo. Foram licenciados 99 edifícios entre Abril, Maio e Junho (+13,8%) do que no 2.º trimestre de 2019 (87), mas menos 16,8% do que no 1.º trimestre deste ano (119). Já no que toca aos edifícios concluídos foram 65 nestes três meses, mais 6,6% do que no 2.º trimestre do ano passado (61), mas menos 30,1% face às 93 obras terminadas até Março (sabendo-se que foi em meados de Março que ocorreu o início desta crise).

Ora, no país "foram licenciados 5 mil edifícios, o que corresponde a um decréscimo de 14,7% face ao mesmo período do ano anterior (-5,5% no 1.º trimestre de 2020). Os edifícios licenciados em construções novas decresceram 12,0% e o licenciamento para reabilitação diminuiu 21,6% (-2,2% e -11,2%, respetivamente, no 1.º trimestre de 2020). Os edifícios concluídos diminuíram 2,8% (+32,2% no 1.º trimestre de 2020), totalizando 3,4 mil edifícios", afirma o INE na divulgação feita hoje.

"Comparativamente com o trimestre anterior, o número de edifícios licenciados decresceu 16,0% (+2,4% no 1.º trimestre de 2020) e o número de edifícios concluídos diminuiu 21,9% (+11,5% no 1.º trimestre de 2020)", o que também demonstra que o impacto da pandemia foi maior nos três meses de Abril a Junho na Madeira do que no resto do país.

"As Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores foram as únicas a apresentar variações homólogas positivas no número de edifícios licenciados (+13,8% e +5,2%, respectivamente)", confirma o INE. "Em contraste, todas as regiões do Continente apresentaram variações homólogas negativas, destacando-se o Algarve e a Área Metropolitana de Lisboa (-30,7% e -27,0%, respetivamente)".

A RAM também destaca-se no licenciamento para construções novas, uma vez que "apresentou uma variação positiva em relação ao mesmo período do ano anterior na Região Autónoma da Madeira (+37,3% ou 70) e na Região Autónoma dos Açores (+9,2%). Todas as regiões do Continente registaram variações homólogas negativas, com destaque para o Algarve (-27,5%) e Área Metropolitana de Lisboa (-26,6%). No licenciamento para reabilitação de edifícios todas as regiões apresentaram variações homólogas negativas, com destaque para o Algarve (-33,7%) e Área Metropolitana de Lisboa (-33,5%)", aponta a autoridade estatística.

Por outro lado, "foram licenciados 5,2 mil fogos em construções novas para habitação familiar, correspondendo a um decréscimo de 5,7% face ao 2.º trimestre de 2019 (-1,5% no 1º trimestre de 2020). A região Norte foi a única a apresentar uma variação homóloga positiva nesta variável (+12,6%). Todas as restantes regiões apresentaram variações negativas, destacando-se a Área Metropolitana de Lisboa (-30,6%), a Região Autónoma dos Açores (-27,2%) e a Região Autónoma da Madeira (-24,6% ou 86)".

Registe-se ainda a área total licenciada em Portugal que "diminuiu 10,5% face ao 2.º trimestre de 2019 (+1,6% no 1.º trimestre de 2020). A Área Metropolitana de Lisboa foi a única a apresentar uma variação homóloga positiva neste indicador (+2,9%). As restantes regiões apresentaram variações homólogas negativas, destacando-se o Algarve e o Norte: -20,4% e -19,4%, respectivamente", diz o INE, sendo que na Madeira a área total licenciada foi de 25.744 m2, uma diminuição de 3,8% face ao 2.º trimestre de 2019, mas uma quebra assinalável de -52,2% em relação ao 1.º trimestre (53.895 m2).

Obras avançaram e foram concluídas apesar das restrições

"No 2.º trimestre de 2020, o número total de edifícios concluídos (construções novas, ampliações, alterações e reconstruções) diminuiu 2,8% face ao 2º trimestre de 2019 (+32,2% no 1º trimestre de 2020)", aponta o INE para o total do país. "Neste período estima-se que tenham sido concluídos 3,4 mil edifícios em Portugal, correspondendo, na sua maioria, a construções novas (78,7%), das quais 78,2% tiveram como destino a habitação familiar".

E acrescenta: "A Área Metropolitana de Lisboa, o Alentejo e a Região Autónoma da Madeira apresentaram variações homólogas positivas nos edifícios concluídos: +33,4%, +16,2% e +6,6%, respectivamente. As restantes regiões apresentaram variações homólogas negativas, destacando-se o Algarve (-31,4%) e a Região Autónoma dos Açores (-26,8%)."

Por outro lado, "as obras concluídas em construções novas em Portugal aumentaram 2,0% face ao 2.º trimestre de 2019, enquanto as obras de reabilitação diminuíram 17,3%. Em comparação com o trimestre anterior, as obras concluídas em construções novas decresceram 18,7% e as obras de reabilitação diminuíram 31,7%", sendo que a "Área Metropolitana de Lisboa, o Alentejo, a Região Autónoma da Madeira e o Norte apresentaram variações homólogas positivas (+47,6%, +16,2%, +2,3% e +0,8%, respectivamente). A Região Autónoma dos Açores registou o maior decréscimo nesta variável (-28,5%), seguindo-se o Algarve (-19,1%) e o Centro (-15,2%)".

Também "relativamente às obras concluídas para reabilitação, a Região Autónoma da Madeira e o Alentejo apresentaram variações homólogas positivas: +16,7% e +16,1%, respectivamente. As restantes regiões apresentaram variações negativas, com destaque para o Algarve (-50,7%), a Área Metropolitana de Lisboa (-23,4%) e a Região Autónoma dos Açores (-23,0%)".

Por outro lado, "no 2.º trimestre de 2020 foram concluídos 4 mil fogos em construções novas para habitação familiar, correspondendo a um acréscimo de 21,1% face ao 2.º trimestre de 2019 (+43,3% no 1.º trimestre de 2020). O Norte, a Área Metropolitana de Lisboa e o Alentejo foram as únicas regiões a apresentar uma variação homóloga positiva neste indicador: +54,3%, +36,0% e +16,1%, respetivamente. Todas as restantes regiões observaram um comportamento negativo nesta variável, com principal destaque para o Algarve (-41,7%)", logo seguido pela Madeira com -19,7% (53).

"As regiões Norte e Centro continuaram a destacar-se no número de edifícios concluídos (61,7% do total de edifícios concluídos no país, no 2.º trimestre de 2020). No que respeita aos fogos concluídos em construções novas para habitação familiar, o Norte manteve a sua predominância com 44,8% do total, seguindo-se a Área Metropolitana de Lisboa com 23,3% e o Centro com 19,5%".

Por fim, "no 2º trimestre de 2020 verificou-se um decréscimo de 3,3% na área total construída em Portugal, face ao período homólogo. A região Norte foi a única a apresentar variação positiva neste indicador (+23,9%). As restantes regiões apresentaram variações homólogas negativas na área total construída, com destaque para a Região Autónoma da Madeira (-32,6%) e para o Algarve (-31,6%)", conclui.

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