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Quase 630 mil pessoas foram assassinadas no Brasil em 10 anos

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EPA/Joédson Alves

O Brasil registou, entre 2008 e 2018, 628.595 assassínios, de acordo com o Atlas da Violência 2020, divulgado pelo Fórum de Segurança Pública e o Instituto de Pesquisa Económica Aplicada.

A maioria das vítimas eram homens (91,8%), enquanto as mulheres representaram uma percentagem de 8%.

O levantamento calculou que brasileiros negros do sexo masculino têm 74% mais probabilidade de serem assassinados do que aqueles que não são negros.

Já entre as mulheres, as negras têm 64,4% mais chance de serem vítimas de homicídios do que as não negras.

Apenas em 2018, o país registou 57.956 homicídios, taxa que indica uma redução de 12% face a 2017, quando foram cometidos 65.602 assassínios no país.

O mesmo levantamento indicou que a queda no número dos assassínios no maior país da América do Sul foi notada apenas por parte da população.

A taxa de homicídios de negros aumentou 11,5% entre 2008 e 2018, passando de 34 para 37,8 por 100 mil habitantes, enquanto as mortes de não negros caiu 12,9% no mesmo período (de 15,9 para 13,9 por 100 mil).

O mesmo padrão é repetido entre as mulheres, pois o relatório indicou que o assassinato de negras no Brasil subiu 12,4% em 10 anos (2008-2018) e o de mulheres brancas caiu 11,7% no mesmo período.

Em 2018, um total de 4.519 mulheres brasileiras foram assassinadas, dado que indicou uma taxa de 4,3 homicídios de mulheres por 100 mil habitantes. Deste total, 68% das vítimas eram negras.

Uma mulher foi assassinada no Brasil a cada duas horas em 2018.

A maioria dos crimes contra a vida dos brasileiros foi cometida com armas de fogo (71%).

No Brasil, os homicídios são a principal causa de mortalidade de jovens, grupo etário de pessoas entre 15 e 29 anos.

Registaram-se 30.873 jovens vítimas de homicídios no Brasil em 2018, o que significa uma taxa de 60,4 homicídios a cada 100 mil jovens, e 53,3% do total de homicídios do país.

No entanto, ainda que a morte violenta de jovens continue a representar um grave problema, os números de 2018 indicam um cenário melhor em comparação com 2017 já que houve uma diminuição de 13,6% na taxa e de 13,7% nos números absolutos.

"O decréscimo nos homicídios de jovens acompanha a melhora nos índices gerais de homicídios no país ocorrida nesse período, tendo em vista que, entre 2017 e 2018, houve uma queda de 12% na taxa geral de homicídios por 100 mil habitantes no país", explicou o relatório.

O levantamento frisou que os assassínios foram a principal causa dos óbitos da juventude masculina, responsável pela parcela de 55,6% das mortes de jovens entre 15 e 19 anos, de 52,3% daqueles entre 20 e 24 anos, e de 43,7% entre 25 e 29 anos.

Para as mulheres nessa mesma faixa etária, a proporção de óbitos ocorridos por homicídios é consideravelmente menor, de 16,2% entre 15 e 19 anos, de 14% daquelas entre 20 e 24 anos, e de 11,7% entre 25 e 29 anos.

Na comparação com as taxas das restantes faixas etárias, contudo, é possível afirmar que a causa morte por homicídio atinge mais as mulheres e homens jovens do que indivíduos de qualquer outra faixa de idade no Brasil.

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