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Pequenos partidos opositores confirmam participação nas eleições na Venezuela

El Câmbio e Avançada Progressista confirmam participação nas eleições legislativas

Foto EPA
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As eleições legislativas estão previstas para 6 de Dezembro.

Dois pequenos partidos da oposição na Venezuela, El Câmbio e Avançada Progressista, liderados pelos ex-candidatos presidenciais Javier Bertucci e Henri Falcón, anunciaram hoje a participação nas eleições legislativas previstas para 06 de dezembro.

O anúncio foi feito em conferência de imprensa transmitida pelo canal estatal "Venezuelana de Televisão", na qual Javier Bertucci explicou que é indispensável uma rota eleitoral estratégica para o país.

"É melhor lutar com votos e não com abstenções", disse o pastor evangélico e líder de El Câmbio, Javier Bertucci, explicando que foi criada uma "aliança democrática perfeita" entre os partidos Ação Democrática (AD, cuja direção foi imposta recentemente pelo Supremo Tribunal de Justiça), Copei, El Câmbio, Cambiemos e a Avançada Progressista, que permitiu apresentar candidatos em 78 circunscrições eleitorais.

"Estamos perante a única aliança eleitoral (opositora) que apresentou candidatos às eleições (...) Esta aliança não está conformada apenas para as parlamentares, busca uma rota para encontrar opções para o país, para que possa sair de um conflito terrível", disse.

Javier Bertucci é um pastor evangélico, empresário e político venezuelano que em 2018 fundou o partido El Câmbio (democracia cristã) e se candidatou às eleições presidenciais de maio desse ano, em que Nicolás Maduro foi reeleito Presidente da República, mas que a oposição diz terem sido irregulares.

Já Henri Falcón é um militar reformado e advogado venezuelano que, com o apoio do extinto partido Movimento Quinta República (MVR, esquerda, fundado pelo falecido presidente Hugo Chávez), foi governador do Estado venezuelano de Lara e presidente da Câmara Municipal de Iribarren.

É presidente do partido Avançada Progressista (fundado em junho de 2012) e candidatou-se às eleições presidenciais de maio de 2018, tendo questionado os resultados divulgados pelas autoridades eleitorais.

Em setembro de 2019, cinco partidos minoritários da oposição (El Câmbio, Cambiemos, Soluções para a Venezuela, Avançada Progressista e Movimento Ao Socialismo) assinaram um acordo com o Governo venezuelano, que previa a suspensão das sanções norte-americanas, a nomeação de novas autoridades eleitorais, a libertação dos presos políticos, o regresso dos deputados afetos ao regime à Assembleia Nacional (onde a oposição detém a maioria) e a aplicação de um programa de troca de petróleo por alimentos.

As próximas eleições legislativas na Venezuela estão marcadas para o próximo dia 06 de dezembro.

No entanto, 37 organizações, entre elas os quatro maiores partidos da oposição (Ação Democrática, Primeiro Justiça, Vontade Popular e Um Novo Tempo), anunciaram que não participariam nas legislativas, que antecipam ser "uma fraude".

Desde junho, o Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela suspendeu a direção dos partidos opositores Vontade Popular, Primeiro Justiça e Ação Democrática, e também de vários partidos afetos ao regime, entre eles Pátria para Todos e Tupamaro, ordenou que fossem reestruturados e nomeou direções provisórias para esses partidos.

A decisão foi classificada pela oposição como uma manobra de preparação "para uma nova farsa eleitoral", em que o regime decidirá quem preside aos partidos nas próximas eleições.

A Venezuela tem, desde janeiro, dois parlamentos parcialmente reconhecidos, um de maioria opositora, liderado por Juan Guaidó, e um pró-regime, liderado por Luís Parra, que foi expulso do partido opositor Primeiro Justiça, mas que continua a dizer que é da oposição.

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