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Partidos afectos ao 'chavismo' inscreveram candidatos às eleições legislativas venezuelanas

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O Grande Polo Patriótico Simón Bolívar (GPP), uma aliança de partidos que apoiam o Governo do Presidente Nicolás Maduro, inscreveu hoje os candidatos a deputados para as eleições legislativas previstas para 06 de dezembro.

A listagem com o nome dos candidatos foi entregue na sede principal do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), em Caracas.

No ato estiveram presentes o vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, partido do regime), Disdado Cabello, a "primeira combatente" Cília Flores, mulher do Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, o ministro da Comunicação e Informação, Jorge Rodríguez, e representantes das organizações que compõem o GPP.

"Vamos dizer ao mundo que poucas democracias ostentam um sistema automatizado de voto como o venezuelano e também vamos dizer que Donald Trump, Iván Duque ou Jair Bolsonaro (Presidentes dos Estados Unidos da América, Colômbia e Brasil, respetivamente) não elegem os deputados e deputadas, mas [sim] os venezuelanos e venezuelanas", disse Jorge Rodríguez.

Por outro lado, Rodríguez explicou que as forças que apoiam a revolução "devem garantir a unidade monolítica perante qualquer circunstância, um só bloco de nove partidos políticos, unitário, compacto, de distintos setores".

"Nós, como GPP aceitamos as decisões do organismo eleitoral, hoje e no dia das eleições", frisou.

Por outro lado, o ministro disse ainda que nas eleições de dezembro o 'chavismo' dará "uma lição à oposição venezuelana e à oposição do resto do mundo" de que "os assuntos da Venezuela são os venezuelanos que os resolvem".

Por outro lado, Cília Flores, explicou que "o poder legislativo foi destruído por uma direita que conspirou e causou dano ao país".

"Queremos comprometer-nos com o povo. Vamos trabalhar, respeitar e acatar todas as decisões, ditames e resultados que tenham a sua origem na soberania do povo", afirmou.

O vice-presidente do PSUV sublinhou que, em 2015, as forças revolucionárias aceitaram os resultados quando perderam a maioria, o que permitiu à direita fazer um grande dano ao país.

"Em 05 de janeiro (de 2021, data de início de funções do novo parlamento), o país terá uma nova junta de direção na Assembleia Nacional, que trabalhará pelo povo e não pensará buscar atalhos para cumprir as ordens dos EUA e do imperialismo", disse Diosdado Cabelo.

Fazem parte do Grande Polo Patriótico, os partidos Podemos, Unidade Popular Venezuelana, Aliança Para o Câmbio, Pátria Para Todos, Tupamaro, Movimento Eleitoral do Povo, Organização Renovadora Autêntica, o Partido Socialista Unido da Venezuela, entre outros.

As próximas eleições legislativas venezuelanas estão previstas para 06 de dezembro, no entanto 27 partidos da oposição já anunciaram que não vão participar num processo que dizem ser "uma fraude eleitoral".

Desde junho o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) da Venezuela suspendeu a direção dos partidos opositores Vontade Popular, Primeiro Justiça e Ação Democrática, e também de vários partidos afetos ao regime, entre eles Pátria para Todos e Tupamaro.

O STJ ordenou que fossem reestruturados e nomeou direções provisórias para esses partidos.

A decisão foi classificada pela oposição como uma manobra de preparação "para uma nova farsa eleitoral", em que o regime decidirá quem preside aos partidos nas próximas eleições.

A Venezuela tem, desde janeiro, dois parlamentos parcialmente reconhecidos, um de maioria opositora, liderado por Juan Guaidó, e um pró-regime, liderado por Luís Parra, que foi expulso do partido opositor Primeiro Justiça, mas que continua a dizer que é da oposição.

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