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UE só será observadora das eleições na Venezuela se condições mudarem

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O alto representante da União Europeia para a Política Externa, Josep Borrell, afirmou hoje que a UE só poderá enviar observadores às eleições legislativas da Venezuela, em dezembro, se o país fizer "mudanças importantes" nas condições e prazos.

"Só mudanças importantes nas condições e no calendário poderão permitir o envio de uma missão de observação eleitoral da União Europeia (UE)", disse Josep Borrell, numa mensagem divulgada através da rede social Twitter.

A declaração do chefe da diplomacia comunitária foi feita no final de uma reunião do Grupo de Contacto Internacional, promovido pela UE para tentar criar na Venezuela condições para a realização de eleições livres e justas.

Borrell adiantou que o grupo, que é constituído por países europeus e latino-americanos, incluindo Portugal, se reuniu a nível ministerial através de videoconferência, e reiterou o seu "forte apoio" a uma "solução política negociada para a crise venezuelana".

Para isso, "a realização de eleições livres e justas é fundamental", sublinhou.

No sábado passado, uma porta-voz da comunidade explicou que, se as eleições forem realizadas no próximo dia 06 de dezembro, como previsto, não haverá tempo suficiente para enviar uma missão de observação eleitoral à Venezuela, já que "a preparação deste tipo de missões exige tempo e o prazo é muito curto".

Borrell confirmou que a UE recebeu um convite do Governo venezuelano para participar nas eleições legislativas como observador, além de "uma lista de garantias sobre a transparência do processo eleitoral".

Ainda assim, o alto representante da União Europeia para a Política Externa referiu que tem de haver "condições mínimas" para que a UE possa enviar uma missão.

Josep Borrell explicou ainda que a UE já tinha pedido à Venezuela uma "resposta concreta" relativamente "aos requisitos mínimos exigidos pela oposição" para a realização da votação, após determinar, em meados de agosto, que não havia condições para o envio de uma missão de observação ao país.

A marcação para 06 de dezembro das eleições parlamentares tem sido rejeitada por muitos setores da oposição venezuelana devido à falta de garantias de rigor, o que já levou a algumas acusações de fraude.

As eleições legislativas anteriores realizaram-se em 06 de dezembro de 2015, tendo sido eleitos 167 deputados.

A Venezuela tem, desde janeiro, dois parlamentos parcialmente reconhecidos, um de maioria opositora, liderado por Juan Guaidó, e um pró-regime do Presidente Nicolas Maduro, liderado por Luís Parra, que foi expulso do partido opositor Primeiro Justiça, mas que continua a afirmar que é da oposição.

A crise política, económica e social na Venezuela agravou-se desde janeiro de 2019, quando Juan Guaidó se autoproclamou presidente interino do país.

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