Coronavírus Madeira

Cinco primeiros testes no Porto Santo foram negativos

Há outros quatro feitos a membros das duas famílias que aguardam resultados e dois funcionários foram também testados

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Foram negativos os resultados dos primeiros cinco testes realizados aos contactos mais próximos da turista infectada com covid-19 que esteve de férias no Porto Santo e dentro de aproximadamente uma hora estarão disponíveis os resultados dos restantes quatro membros das duas famílias da Região de Lisboa e Vale do Tejo que partilharam o espaço. Foram ainda testadas duas pessoas do Porto Santo que tiveram um contacto regular com a senhora cuja doença foi já detectada num teste realizado à chegada das férias, em Cascais.

“Cinco testes dos nove que nós efectuamos às famílias de Lisboa são todos negativos, membros de uma família, membros de outra. Há outros que ainda estão a ser elaborados, só daqui a uma hora é que se sabe. Até agora não temos um teste positivo”, revelou o delegado de saúde do Porto Santo há pouco. Além dos nove membros das duas famílias, da senhora infectada e da de Jorge Gabriel, foram testados dois funcionários que todos os dias de manhã contactavam com este grupo no seu local de estadia.

Ao todo foram realizados onze testes aos contactos mais directos da senhora, que já não se encontra no Porto Santo. Mesmo com os resultados negativos, estas pessoas vão ficar em vigilância durante 14 dias, o período até onde pode ir a incubação do vírus, estando prevista a realização de novos testes na próxima semana.

“Se os outros forem negativos, temos a situação assim controlada. Porque os contactos desses casos, como são negativos, não constituíram qualquer transmissão dentro do Porto Santo”, adianta Rogério Correia.

O caso de contágio ficou conhecido depois de o apresentador de televisão Jorge Gabriel ter revelado que a sua amiga com quem passou férias no Porto Santo tinha regressado a Lisboa e dado positivo para a covid-19. As duas famílias estiveram juntas na ilha durante o período de férias. O apresentador também regressou a Lisboa, tendo dado negativo o seu teste.

A senhora, pelo que me é dado saber, teve um comportamento correcto durante a sua estadia no Porto Santo, manteve distâncias, usou a máscara, não andou em grandes aglomerados, em grandes festas. E portanto eu julgo que é uma situação controlada”, disse Rogério Correia.

“Só no fim-de-semana estiveram 30 mil pessoas, com pessoas a rodar tivemos 80, 90 mil. Apareceu um caso. Eu acho que o produto final é bastante bom”, defendeu o responsável pela saúde.

A turista infectada fez teste à chegada à Madeira no dia 5, tendo o resultado na altura sido negativo e informado no dia 6. Viajou no Lobo Marinho no dia 7 para o Porto Santo. Os primeiros sintomas só se revelaram por volta do dia 17. Como não eram graves, não associou à doença. Regressou a Lisboa na segunda-feira, dia 24, tendo já em casa piorado. Foi ao Hospital, onde lhe fizeram o teste e deu positivo para covid-19.

Todos os turistas que entram no arquipélago levam consigo a ‘MadeiraSafeToDiscover’, uma aplicação onde registam os alertas clínicos e sintomas. Quando é introduzida informação relevante, são repetidos os testes. “A senhora começou a sentir um desconforto no dia 17, que não valorizou, é natural, nós por vezes estamos maldispostos e não valorizamos. Só valorizou quando os sintomas foram mais objectivos, como por exemplo a febre, e já estava em Lisboa”, contou o delegado de saúde.

Este é um exemplo de falso negativo, de um doente que viaja com o vírus em fase de incubação e não é detectado. Estes casos dos falsos negativos são raros, segundo Rogério Correia. “As repercussões que eles têm, depende das pessoas cumprirem as regras estabelecidas pelas autoridades de saúde. Desde que cumpram, é fácil isolar as redes de transmissão e isolar os casos. Agora se são pessoas que andam em várias festas e aglomerados, isso é o meu grande medo do Porto Santo e por isso andei este mês todo a alertar”.

Quanto à viagem no Lobo Marinho, o médico diz que a senhora estava negativa nessa altura. “Não acredito que fosse no Lobo Marinho, porque se fosse no Lobo Marinho tinham aparecido mais 40 ou 50 pessoas infectadas”, acrescentou.

Não há mais casos activos no Porto Santo para já, destaca Rogério Correia, nem outro foco que não o de origem da turista. Na sua interpretação, a senhora foi infectada antes da vinda, uma vez que o início de sintomas verificou-se entre o 10.º e o 12.º dia, dentro dos 14 dias do período de incubação do vírus. “Quando se fala na origem no Porto Santo, na Madeira ou no Lobo Marinho, tem de haver outras redes de transmissão, tem de haver outros doentes. Esta é uma pessoa que até vem de uma zona que tem casos activos”. Por isso, no entender do médico, “é mais lógico” que o contágio tenha sido na origem.

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