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Enviado especial da ONU espera para breve acordo de cessar-fogo no Iémen

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O enviado especial da ONU para o Iémen afirmou hoje que a ameaça do novo coronavírus “galvanizou” os esforços de paz e que espera que as partes em conflito possam concordar com um cessar-fogo e negociações “num futuro imediato”.

Em declarações numa reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas, Martin Griffiths referiu que as conversações entre o governo internacionalmente reconhecido do Iémen, apoiado por uma coligação militar liderada pela Arábia Saudita, e os rebeldes xiitas Huthis, alicerçados pelo Irão, “estão a registar muito bons progressos”.

“Acredito que estamos a caminhar para um consenso em relação às propostas, em particular no princípio de um cessar-fogo em todo o país. Estados a redobrar os esforços para ultrapassar as grandes divergências entre as partes antes de as convidarmos para uma reunião em que os acordos possam ficar definidos e, espero, assinados”, afirmou Griffiths.

O diplomata da ONU adiantou estar em “diálogo permanente” com as duas partes na definição dos pormenores das propostas de acordo, “letra a letra, palavra a palavra”.

“Esperamos que concordem e que aprovem formalmente os compromissos num futuro imediato”, asseverou.

A chegada da pandemia de covid-19 ao Iémen, que reportou o primeiro caso no início deste mês, ameaça aprofundar e alastrar o sofrimento no país árabe mais pobre do mundo, assolado por uma guerra civil desde 2014, quando os Huthis tomaram o controlo do norte do país, incluindo a capital, Sanaa.

Um ano mais tarde, uma coligação militar liderada pela Arábia Saudita e apoiada pelos Estados Unidos deu início a uma série de raides aéreos contra os rebeldes.

O conflito já causou mais de 100 mil mortes e gerou a pior crise humanitária do mundo, com milhões de pessoas a morrer à fome e por falta de assistência médica.

“Não pode haver uma altura melhor para que as duas partes se comprometam em silenciar as armas e pôr fim ao conflito através de uma solução política e pacífica”, sublinhou o enviado especial da ONU para o Iémen.

Sexta-feira passada, Griffiths entregou às partes beligerantes várias propostas, revistas, para um cessar-fogo em todo o país e o começo de negociações de paz, bem como as medidas para reavivar a economia e aliviar o sofrimento do povo iemenita.

A 09 deste mês, a coligação militar liderada pelos sauditas decidiu unilateralmente observar um cessar-fogo, em resposta ao apelo feito a 23 de março pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, para se pôr cobro às hostilidades em todos os conflitos para travar a covid-19.

No entanto, os rebeldes rejeitaram a proposta, considerando-a uma “manobra política e mediática, o que levou ao retomar dos combates.

A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 140 mil mortos e infetou mais de 2,1 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 450 mil doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa quatro mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.

Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, alguns países começaram a desenvolver planos de redução do confinamento e em alguns casos, como Dinamarca, Áustria ou Espanha, a aliviar algumas das medidas.

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