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Madeira

Motoristas da 'Horários do Funchal' avançam para a greve

A proposta feita pela Secretaria Regional da Economia não foi aceite pelos trabalhadores. O Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários e Actividades Metalúrgicas da Região Autónoma da Madeira (STRAMM) confirma greve no dia 30 de Julho

O plenário desta manhã, convocado pelo STRAMM, voltou a ser bastante concorrido. Foto: Rui Silva/Aspress
O plenário desta manhã, convocado pelo STRAMM, voltou a ser bastante concorrido. Foto: Rui Silva/Aspress

Foram ratificadas, esta manhã, as medidas de luta já decididas pelos trabalhadores no passado dia 2. Em causa está a integração dos subsídios de falhas e de agente único na base salarial dos motoristas, como já acontece em algumas empresas do continente.

Os motoristas do Grupo Horários do Funchal decidiram avançar para a greve no dia 30 de Julho, por 24 horas, uma vez que declinaram a proposta da Secretaria Regional da Economia, estrutura que tutela os transportes terrestres na Madeira, que estava em apreciação e que previa novas regras no pagamento do subsídio de falhas e de agente único. 

De acordo com Lino Gonçalves, coordenador do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários e Actividades Metalúrgicas da Região Autónoma da Madeira (STRAMM), os trabalhadores não acharam a proposta vantajosa, uma vez que "a mesma não garantia o direito aos abonos referidos aquando do trabalho em serviços ocasionais ou em serviços especializados" (por exemplo, de turismo), prevendo apenas o pagamento de tais valores aos motoristas quando no serviço regular da carreira e em situações de dispensa do serviço como que se verificou no decurso da pandemia Covid-19. De fora ficavam, também, como já hoje acontece, as situações de baixa ou incapacidade para o trabalho. 

Relembre-se que era pretensão dos motoristas que esses subsídios fossem integrados na remuneração regular mensal do trabalhador, reivindicação que continua a não ser atendida pela tutela. Por esse motivo, os trabalhadores que hoje se reunirem em plenário na Fundoa decidiram ratificar as deliberações que já haviam sido tomadas no dia 2 deste mês, aquando do plenário promovido pelo Sindicato Nacional dos Motoristas (SNM). Caso a administração da empresa e a tutela não aceitem a referida integração, os trabalhadores não encontram outra solução que não seja partir para greve. 

O dirigente do STRAMM garante que "a prioridade será sempre defender os interesses dos trabalhadores", neste caso particular dos motoristas da Horários do Funchal, pelo que esta estrutura sindical só podia "dar seguimento àquela que foi a vontade expressa pelo plenário". Neste momento estará a ser trabalhado o pré-aviso de greve, sendo que nos próximos dias a mesma deverá ser oficializada. 

Refira-se que, à semelhança do que aconteceu no segundo dia deste mês, esta manhã a afluência foi significativa, chegando bem perto dos 50% de motoristas presentes. Lino Gonçalves fala numa "participação bastante grande", com todos os interessados "a terem a oportunidade de usar da palavra, de modo a dar a sua opinião e a contribuir para o debate", assume. 

Também muito semelhante aos da semana passada foram os condicionalismos nos serviços de transportes públicos prestado pela Horários do Funchal, com o seu administrador a referir ao DIÁRIO que "foram afectadas cerca de metade das viagens previstas" para a manhã desta quinta-feira. 

Embora ainda não tenha conhecimento oficial das deliberações tomadas, Alejandro Gonçalves tema que a concretizar-se a greve anunciada para o dia 30 de Julho, a empresa poderá ver a sua situação financeira ainda mais agravada. "Até ao final de Junho, nós tínhamos um défice de receita na ordem dos 3,2 milhões de euros, com mais um dia de greve, vamos, sem dúvida, agravar ainda mais a situação". Ainda assim, o administrador refere que, independentemente das medidas que venham a ser tomadas e implementadas, "a prioridade será sempre salvaguardar os interesses dos utilizadores do transporte público". 

Este ano, a empresa assinala os seus 34 anos de existência

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