Madeira

Falta garantir a recolha sistemática e permanente de dados no mar da Madeira

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O director do Observatório Oceânico da Madeira, Rui Caldeira, afirmou, na conferência do ciclo “Pensar o Futuro”, que o DIÁRIO promove esta tarde na Gare Marítima da Madeira, que “o que nos está a faltar [na Região] é a recolha sistemática de informação e a sua disponibilização a cientistas e investidores”, com sensores remotos e radares para um melhor conhecimento do mar e dos seus recursos.

O responsável descreveu que a Madeira já tem alguma tradição no conhecimento da biologia marinha e que o Observatório Oceânico da Madeira nos últimos 5 anos tem consolidado informação que estava esquecimento. Contudo, alertou que “para haver uma adequada exploração dos recursos não basta só a criação de conhecimento e estudos pontuais” e também “não podemos depender só do privado para recolher a informação necessária para avaliar o recurso e muito menos para avaliar o seu impacto nos ecossistemas”. “O estudo científico pontual tem de continuar a ser feito mas para os investidores isso não é suficiente. Há que disponibilizar informação de forma independente e suficiente. É uma oportunidade de futuro para Região seria encetarmos uma economia digital no Madeira”, adiantou.

Rui Caldeira referiu que o Observatório disponibiliza toda a informação que gera em plataformas digitais e está a fazer um esforço para ter uma série de instrumentos na água e uma série de informação disponível os tomadores de decisão e os privados. “O próximo passo é nós inaugurarmos a economia 4.0 do oceano e tornarmos toda esta informação disponível e não a deixarmos morrer como fizemos no passado”, acrescentou.

A este respeito, deu um exemplo concreto de um aspecto que importa monitorizar em permanência: as correntes oceânicas ao longo da costa que transportam poluentes e têm impacto ambiental em várias condições físicas. “Se queremos uma visão sustentável também temos de olhar para terra e para essa zona adjacente. O 20 de Fevereiro houve muitas descargas significativas e transporte sedimentar das ribeiras que não foi avaliada. Constituem uma ameaça aos ecossistemas costeiros”, completou o mesmo investigador.

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