O IASAÚDE emitiu, ontem, uma circular informativa em que apela ao profissionais de saúde para não viajarem para regiões onde existe transmissão comunitária activa do vírus SARS-CoV-2, responsável pela doença Covid-19.

No documento, assinado pela autoridade regional de saúde, Herberto Jesus lembra o “exponencial, preocupante e crescente aumento de surtos” da doença registados um pouco por todo o Mundo, mas, igualmente em Portugal continental.

Esses surtos têm dado origem à esmagadora maioria dos casos de infecção registados na Madeira, grande parte deles identificados no âmbito da vigilância epidemiológica registada no aeroporto da Madeira.

Todo o cenário de importação de casos e risco de surgimento de cadeias de transmissão na Madeira são potenciados “pelo acréscimo de desembarques nos aeroportos da RAM e o putativo regresso dos navios de cruzeiros aos portos da Região, máxime, com a abertura a países de transmissão comunitária activa da doença Covid-19, bem como pela retoma de todas as actividades lectivas, profissionais e económicas”.

O apelo aos profissionais do sector de saúde, que, neste caso, inclui os da Protecção Civil, para que não realizem deslocações para fora da Região, que não sejam justificadas por “situações inadiáveis ou prementes”, justifica-se por ser “crucial manter a contenção epidemiológica do vírus SARS-CoV-2, na RAM, evitando a propagação do vírus e a consequente proliferação da Cocid-19 na RAM, desta forma protegendo e salvaguardando a saúde da comunidade”.

Ainda assim, o IASAÚDE “recomenda que, na circunstância excepcional de viagem” o profissional que a realizar tenha como preocupação “o integral cumprimento das medidas de protecção individual e colectiva à Covid-19, especialmente, a vigilância e auto-reporte de sintomas, o uso de máscara de protecção individual, a higienização frequente das mãos e a etiqueta respiratória”.

A recomendação do IASAÚDE surge numa semana em que foram identificados dois médicos infectados com Covid-19, o que a autoridade de saúde atribui a viagens realizadas para fora da Região, logo, casos importados. As duas deslocações foram a título pessoal e não profissional.

Há já algum tempo que existe a indicação de testar todos os profissionais de saúde à chegada ao aeroporto da Madeira e entre o quinto e o sétimo dia após o regresso, independentemente de um eventual primeiro teste negativo.