Madeira

Portos da Madeira com 1,4% dos 85 milhões de toneladas de mercadorias em 2019

Apesar de serem dos portos que menos carga movimenta no país, há quatro anos que vinha crescendo consecutivamente, atingindo em 2019 um total 1,2 milhões de toneladas

O Porto do Caniçal movimentou 91,5% das mercadorias chegadas por mar em 2019.
O Porto do Caniçal movimentou 91,5% das mercadorias chegadas por mar em 2019., Foto Arquivo/Aspress

No ano de 2019, no âmbito do comércio internacional, foi realizado um tráfego de mercadorias de cerca de 102 milhões de toneladas, equivalente a 140,21 mil milhões de euros, cabendo ao transporte marítimo uma quota de cerca de 57% da tonelagem e de 28% do valor. Em termos globais, o sistema portuário comercial nacional movimentou mais de 85,3 milhões de toneladas de mercadorias, um decréscimo de 5,6% face a 2018. Apesar de ter uma quota insignificante, a Madeira manteve nesse ano a tendência de crescimento que iniciou em 2016, atingindo o maior volume desde 2011

Segundo a Autoridade da Mobilidade e dos Transportes, "deste valor, 81,9 milhões de toneladas foram registadas no Continente, o correspondente a 96%, 1,2 milhões de toneladas na Região Autónoma da Madeira (corresponde a 1,4%) e 2,2 milhões de toneladas na Região Autónoma dos Açores". No que toca à Madeira foi o maior volume de mercadorias movimentadas desde 2012 (o máximo em 8 anos, desde a última crise), registando-se também o quarto ano consecutivo de aumentos na mercadoria movimentada, numa série positiva que só tem paralelo entre 1995 e 1999, na altura com valores bem superiores. O ano recorde, contudo, continua a ser 2004 com 2,16 milhões de toneladas.

"Enquanto regulador eco­nómico independente, a AMT elabora anualmente um relatório sobre o 'Tráfego Marítimo de Mercadorias no Contexto da Intermodalidade', com o objetivo de aprofundar o conhecimento do ecossistema que constitui o objeto da sua atividade, traçando o retrato do ano e mencionando quais as tendências e os desafios do comércio internacional".

Assim, "neste relatório, correspondente ao ano de 2019, é feito um retrato atualizado do ecossistema marítimo-portuário, contextualizado pela caracterização dos fluxos de mercadorias movimentadas nos vários modos de transporte, no âmbito do comércio internacional".

Segundo os dados apurados, "nos diversos modos e para os diversos tipos e natureza, no ano de 2019 foram movimentadas, pelos diversos modos de transporte (nomeadamente marítimo, rodoviário, ferroviário e aéreo), cerca de 243,9 milhões de toneladas de mercadorias, um valor inferior em -3,4% ao volume registado no ano anterior, tendo o tráfego nacional sido responsável por 60,4%, correspondente a 147,3 milhões de toneladas, 90,8% das quais foram processadas por modo rodoviário. A grande maioria do transporte de mercadorias realizada por modo ferroviário realiza-se também a nível nacional, tendo-se situado no ano em análise na casa dos 79,2%, após uma quebra de -13,2% face ao volume apurado em 2018".

Já "no mercado internacional o modo preferencial de transporte de mercadorias é, naturalmente, o marítimo, que registou em 2019 um volume de 72,7 milhões de toneladas, correspondente a uma quota de 75,2%. Ainda neste mercado, o modo rodoviário representou uma quota de 22,6%, muito por efeito das trocas comerciais com a Espanha. O modo aéreo registou no tráfego internacional 87,2%, refletindo um acréscimo de +11,7%".

No tocante às exportações, "o modo marítimo foi responsável por 49,5% do peso das mercadorias transportadas e 30,1% do respetivo valor, tendo cabido ao rodoviário respetivamente quotas de 42% e de 59,2%".

Portugal é quinto país com tráfego internacional de navios de bandeira

No tráfego nacional, Portugal mantém a 1ª posição como país de registo preferencial dos ope­radores deste tráfego, com 77,6% (embora o volume de mercadorias transportadas tenha recuado -3%), seguindo-se a Alemanha, com 5,7%, a Suíça, com 4,2%, e os Países Baixos, com 3,1%", explica. "A Libéria é o país de registo de navios com maior movimentação em termos de tráfego internacional, responsável por 13,9% do total, seguindo-se o Panamá (que em 2018 ocupava a 1ª posição) a representar 13,3% da tonelagem transportada. Neste capítulo Portugal mantém-se na quinta posição, embora tenha recuado -0,8 pp, representando agora 6,3%.

"O volume de contentores movimentados atingiu em 2019 um total de 2.662.700 TEU, volume inferior em -9,3% ao registado no ano anterior. Esta variação negativa resulta exclusivamente do comportamento do porto de Sines que regista uma diminuição de -332.231 TEU, a que corresponde um recuo de -18,7%, anulando as variações positivas apuradas nos restantes portos com atividade regular de contentores", afiança. A Madeira, apesar de ter registado uma quebra de -8,3% (61.856 contentores), viu crescer o volume de mercadorias em +2,6%.

Ainda segundo o relatório 'Tráfego Marítimo de Mercadorias no Contexto da Intermodalidade' e "considerando a tipologia definida na Diretiva Marítima, o movimento de navios em 2019 foi caraterizado por um total de 10.452 escalas e uma arqueação bruta (GT) de cerca 204,5 milhões, traduzindo, face a 2018, um acréscimo de +1,2% e um decréscimo de -0,5%, respectivamente". E acrescenta: "O maior número de escalas foi observado no conjunto dos portos de Douro e Leixões, com 24,4%, mais três escalas do que as registadas em Lisboa (também 24,4%), tendo Sines registado 20,2%, Setúbal 14% e Aveiro 10%."

Não há referências neste particular às duas regiões autónomas, mas pelos dados divulgados pela Direcção Regional de Estatística da Madeira, sabe-se que terão feito escala pelo menos 993 embarcações comerciais nos portos regionais.

Reforça-se que "o presente relatório, agora divulgado pela Autoridade da Mobilidade e dos Transportes, tem por base as estatísticas produzidas pelas administrações portuárias com jurisdição dos portos comerciais marítimos do Continente, no âmbito da Diretiva 95/64/CE do Conselho da União Europeia (vulgo ‘Diretiva Marítima’), definida pelo Eurostat, bem como a informação disponibilizada pelo INE em sede do Comércio Internacional de Bens e de Transportes e Comunicações, e ainda da Comissão Técnica do Registo Internacional de Navios da Madeira (MAR)".

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