Madeira

Sindicato dos Professores insiste na protecção dos grupos de risco na Madeira

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O Sindicato dos Professores da Madeira (SPM) reafirmou hoje que há falta de professores nas escolas da região autónoma e insistiu na necessidade de protecção dos grupos de risco face à covid-19.

"Ao contrário do que tem sido dito pela tutela [Secretaria Regional da Educação], não é algo que o sindicato inventou. É uma realidade", disse o coordenador do SPM, Francisco Oliveira, em conferência de imprensa junto à Escola Básica e Secundária João Gonçalves Zarco, no Funchal.

O responsável afirmou que a falta de docentes é "bem visível" nas escolas do 1.º ciclo, onde não há professores para substituir o titular, sendo que os alunos são distribuídos por outras turmas caso este falte.

O sindicato insiste, por outro lado, em que os grupos de risco ao nível dos docentes estão desprotegidos, situação que considera "gravíssima" e que poderia ser colmatada integrando-os em pequenos grupos e no apoio a alunos à distância.

Na conferência de imprensa, Francisco Oliveira enumerou vários aspectos positivos e negativos que o sindicato assinalou no arranque do ano lectivo 2020/2021, esclarecendo que assentam num inquérito com 500 respostas, bem como em visitas às escolas e contactos direitos com sócios.

"Há claramente uma noção de que o ensino presencial é o melhor, não restam dúvidas a ninguém, nem a alunos, nem a professores, nem aos pais. Efectivamente, há uma grande alegria do regresso à escola", disse.

O sindicalista sublinhou a "grande capacidade de adaptação" dos professores, funcionários, alunos e suas famílias às novas regras decorrentes das medidas de contenção da covid-19, destacando também que as escolas ficaram "mais tranquilas".

Francisco Oliveira considera, no entanto, que se perdeu uma "grande oportunidade" para reorganizar o ordenamento escolar ao nível regional, nomeadamente redistribuindo os alunos.

"Há escolas macrocéfalas e há outras que têm poucos alunos e que estariam em condições de receber mais alunos, para que o afastamento físico fosse uma realidade", disse.

O SPM alertou também para a desregulação dos horários dos professores em muitas escolas, situação que reduz o tempo disponível para a preparação das actividades lectivas e aumenta a dificuldade de conjugação entre a actividade profissional e a actividade familiar.

Francisco Oliveira apontou, por outro lado, a falta de planos de recuperação em várias escolas para os alunos que tiveram mais dificuldades em acompanhar o ensino à distância.

O responsável alertou para a falta de funcionários e também de equipamentos de protecção individual, nomeadamente máscaras e viseiras, e produtos de higiene e limpeza em algumas escolas.

O lectivo 2020/2021, cuja abertura na Região Autónoma da Madeira decorreu de forma gradual entre 07 e hoje, envolve 42 mil alunos, 6.200 professores e cerca de 4.000 funcionários, num total de 130 estabelecimentos.

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