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O jovem

Um dia destes, ouvi um jovem dizer que não queria ser o futuro, frase associada tantas vezes à juventude, mas sim o presente! Fez-me pensar aquele comentário, dito com tanta convicção. E de facto, quantas vezes, em vez de vivermos o momento, não acabamos agarrados a um qualquer passado, ou ansiamos por um determinado futuro? Seja o nosso, ou projectando essa ideia nos outros?

Por outro lado, sentirá a juventude de hoje, que a sua voz não é ouvida? Sendo certo que o associativismo popular, de onde terá surgido o juvenil, tem as suas raízes, entre outros factores, na indiferença do poder político, nos dias de hoje são muitos os canais que os jovens usam para manifestar as suas opiniões, as suas sugestões, os seus anseios. Mas ainda assim, persiste a sensação de que tal não é suficiente. Um pouco por todos os sectores da sociedade, desde a cultura ao desporto, a juventude reivindica, e bem, fazer parte activa da equação que rege a sociedade. E hoje, mais do que nunca, estão também preparados para o fazer.

O lema deste ano do Dia Internacional da Juventude, que se celebra nesta data, é o Compromisso dos Jovens por uma Ação Global, considerando três vectores: acção local, nacional e global.

Atente-se a este período que a todos mergulhou desde Março deste ano. Apesar do Programa Mundial de Ação para a Juventude mandatar os governos dos países para que garantam que as necessidades dos jovens são atendidas, estes têm vindo a desempenhar um papel extraordinariamente importante. Foram os jovens muitas vezes os precursores da transmissão de informação relevante, usando as tecnologias digitais disponíveis actualmente, promovendo, por exemplo, a divulgação de pequenos vídeos com conselhos simples, mas extremamente eficazes, como seja a lavagem das mãos ou o distanciamento social.

Por outro lado, jovens empreendedores têm respondido a estes desafios com medidas inovadoras de impacto social. Quem não se lembra do grupo de jovens voluntários que, aqui na Madeira, entregava bens essenciais em casa de pessoas mais idosas, que não podiam se deslocar com a facilidade que muitos de nós ainda temos? Pequenas acções locais, mas que, qual pedra no charco, repercutem os seus efeitos à escala global.

Sim, a juventude de hoje tem de fazer parte do presente. Cabe a todos nós, dar-lhe asas para desenvolver todo o seu potencial. Aqui e agora!

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