O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) da Venezuela suspendeu hoje a direção do partido Vontade Popular (VP) e ordenou a sua reestruturação, elevando para três as organizações políticas da oposição alvo de medidas semelhantes desde meados de junho.

A suspensão do VP, partido fundado pelo opositor Leopoldo Lopez, que actualmente se encontra refugiado na embaixada de Espanha em Caracas, foi anunciada pelo STJ através de um comunicado.

"A Sala Constitucional (uma das seis estruturas que compõe o STJ em pleno) decretou uma medida cautelar de proteção constitucional que consiste em suspender a atual direção nacional da organização com fins políticos Vontade Popular", explica o comunicado.

O STJ nomeia ainda uma junta de direção 'Ad Hoc' "para levar a cabo o processo de reestruturação necessário" do VP, presidida por José Gregório Noriega Figueroa, que terá como secretários Guillermo António Luces Osório e Lucila Ángela Pacheco Bravo.

Por outro lado, suspende de maneira provisória a expulsão, exclusão ou suspensão dos militantes de VP.

A 19 de Dezembro de 2019, José Gregório Noriega Figueroa foi expulso do VP, por, segundo o partido, estar envolvido na "operação escorpião" em que o regime teria, alegadamente, tentado evitar a reeleição de Juan Guaidó, o principal opositor do presidente Nicolas Maduro, como presidente da Assembleia Nacional, "através da compra da sua vontade".

A 25 de Maio último, o procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, pediu ao STP que determinasse se o partido opositor Vontade Popular era uma "organização criminosa com fins terroristas" e se "deve ser sancionada e dissolvida".

Designado pela Assembleia Constituinte (composta unicamente por simpatizantes do regime), Tarek William Saab explicou aos jornalistas que, depois das eleições presidenciais antecipadas de 2013, o partido terá enveredado pela violência e realizado "acções criminosas até converter-se numa organização de destruição do estado venezuelano".