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Madeira

Há salários em atraso no Café Apolo, denuncia Sindicato

Dirigente sindical diz que Segurança Social deve esclarecer se pagou subsídio de layoff

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Os 17 trabalhadores do restaurante Apolo, na zona da Sé, estão com salários em atraso. Esta situação " inaceitável" e "lamentável" foi denunciada, esta manhã, numa iniciativa do Sindicato da Hotelaria.

Segundo o coordenador sindical Adolfo Freitas, até ontem o pessoal do conhecido estabelecimento da baixa do Funchal ainda não tinha recebido os salários de Maio e Junho, mas hoje pelo menos alguns trabalhadores viram ser liquidado o vencimento de Maio. O mesmo responsável descreveu que há semanas que o Sindicato estava a evitar expor este caso e que antes de fazê-lo solicitou a intervenção da Inspecção de Trabalho, que levantou processos de contraordenação à empresa por incumprimento das obrigações salariais. No entanto, com o arrastar da situação, que se tornou aflitiva para alguns dos funcionários, o Sindicato resolveu tornar o caso público: "É um salário de Maio com dois meses de espera. Não dá para compensar as contas que os trabalhadores têm para pagar, pois têm salários líquidos que rondam os 600/750 euros e muitos têm para pagar contas de renda de casa e prestações do banco, luz, água e comunicações".

Adolfo Freitas admite que a situação das empresas não está fácil mas considera que no caso do Apolo há vários aspectos que estão mal explicados. Acha uma "contradição" que  a empresa não tenha recursos para pagar salários de 600/750 euros mas chame os funcionários "para apresentar uma proposta de 5 mil euros para negociar para irem embora".  Também entende que a Segurança Social tem de esclarecer se está a pagar subsídios de layoff ao Apolo, pois "a empresa alega que recorreu à layoff mas diz que não recebeu qualquer subsídio do Governo". De acordo com o mesmo dirigente, os esclarecimentos são ainda mais necessários para dissipar dúvidas sobre eventuais práticas ilegais, como a simulação de layoff para pagar apenas parte dos salários ao pessoal ou desvio do subsídio público para outros fins.

O coordenador do Sindicato da Hotelaria confessou-se muito preocupado com a saúde mental dos trabalhadores deste sector devido às pressões a que estão presentemente sujeitos: "Não é só por causa da pandemia, mas também devido ao emprego e salários em atraso, há trabalhadores que com o andar do tempo podem entrar numa situação de pânico e nunca se sabe as consequências que pode ter".

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