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Malta autoriza o desembarque de 400 migrantes retidos no mar

Foto EPA
Foto EPA

A ilha de Malta permitiu o desembarque de mais de 400 migrantes, alguns retidos no mar há várias semanas, informaram hoje fontes oficiais.

As 425 pessoas, que vieram da Líbia e foram resgatadas no Mediterrâneo, em várias operações de salvamento, desde abril, desembarcaram em La Valeta no sábado à noite, anunciou o Governo, em comunicado.

As autoridades maltesas tinham proibido o seu desembarque e mantinham-nos no limite das águas territoriais do país, a bordo de embarcações turísticas mobilizadas para o efeito, salientando os riscos de contaminação pela covid-19 e exigindo que outros países europeus se encarregassem destes migrantes posteriormente.

A situação foi fortemente criticada por organizações de direitos humanos (ONG), tais como por organismos que defendem os migrantes.

“Nenhum país europeu, apesar dos seus grandes discursos sobre a solidariedade europeia, aceitou finalmente acolher estes migrantes”, declarou o Governo de Malta, no comunicado emitido.

O Governo “não quis pôr em perigo a vida destes migrantes ou das tripulações” dos navios que os acolheram.

Segundo a agência noticiosa italiana AGI, foi decidido desembarcar os migrantes “porque as tripulações das embarcações turísticas temiam pela sua segurança”, com uma situação que estava a tornar-se “muito difícil de gerir”.

Desde 2005, a ilha de Malta tem sido confrontada com uma vaga de chegadas de migrantes provenientes especialmente da Líbia.

Segundo La Valeta, apenas 8% foram deslocados para outros países da União Europeia (EU) e os migrantes irregulares representam atualmente 1% da população total da ilha, que considera tratar-se de um “tsunami” migratório e advertiu que o país, o Estado mais pequeno da UE, “não se tornará o centro da crise migratória europeia”.

De acordo com os números oficiais malteses, 3.405 pessoas desembarcaram em 2019, das quais 2.795 ainda se encontram no país. No início de 2020, quase 1.400 chegaram a Malta, um aumento de 438% em relação ao mesmo período no ano passado.

Apenas Portugal e França responderam aos apelos de Malta este ano, prometendo acolher seis e 30 pessoas, respetivamente.

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