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Grécia vai prolongar confinamento nos campos de migrantes

Foto AFP
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A Grécia anunciou hoje que vai prolongar até 21 de maio o confinamento imposto aos campos de migrantes desde março e que estava previsto ser levantado na segunda-feira, disse o Governo.

“As medidas de contenção para pessoas que vivem em campos de imigrantes e centros de acolhimento na Grécia são prorrogadas até 21 de maio”, afirmou o Ministério da Imigração, num comunicado hoje divulgado.

O Governo não explicou, contudo, por que razão a decisão foi tomada seis dias após o início do relaxamento das medidas restritivas impostas no país para conter a pandemia de coronavírus.

Em toda a Grécia, foram registados 2.710 casos de contaminação com o novo coronavírus e 151 mortes.

Até ao momento, nenhum caso de contaminação foi registado em acampamentos nas ilhas do Mar Egeu, segundo as autoridades.

No continente, dois campos de migrantes e um hotel que hospedava requerentes de asilo foram fechados em abril, após a deteção de vários testes positivos de covid-19.

Na quarta-feira, o Alto Comissário para os Refugiados (ACNUR) saudou a diminuição no número de migrantes nas ilhas gregas, pela primeira vez desde janeiro de 2019.

O ACNUR pediu a Atenas para trabalhar tão rapidamente quanto possível para proteger os refugiados perante o novo coronavírus.

O Governo grego prometeu transferir 2.000 requerentes de asilo das ilhas para o continente.

Até hoje à noite, espera-se que 137 requerentes de asilo sejam transferidos desde Lesbos.

Segundo a organização Human Rights Watch, estas medidas não serão suficientes e não resolverão as fracas condições higiénicas nos campos das ilhas ou a falta de água nesses acampamentos.

Atualmente, cerca de 100.000 solicitantes de asilo estão retidos na Grécia desde que os outros países europeus fecharam as suas fronteiras em 2016.

Os mais superlotados são os campos localizados nas ilhas próximas da Turquia, com mais de 36.000 pessoas amontoadas em locais projetados para acomodar 6.100.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 276 mil mortos e infetou mais de 3,9 milhões de pessoas em 195 países e territórios.

Mais de 1,3 milhões de doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.

Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, vários países começaram a desenvolver planos de redução do confinamento e em alguns casos a aliviar diversas medidas.

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