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EUA acusam a Venezuela de impedir voos humanitários

Foto EPA/Palácio de Miraflores
Foto EPA/Palácio de Miraflores

Os Estados Unidos (EUA) acusaram o Governo do Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, de impedir voos humanitários para repatriar norte-americanos da Venezuela e recomendaram aos seus cidadãos que se prepararem para “uma estadia indefinida”.

“Os cidadãos norte-americanos e quem têm residência legal permanente na Venezuela devem manter-se preparados para uma estadia indefinida na Venezuela. Neste momento, não temos nenhuma informação sobre possíveis voos para cidadãos norte-americanos ou com residência legal para sair da Venezuela”, explicou a Embaixada dos EUA em Caracas, em comunicado.

No documento, publicado no ‘site’, assegura-se que “o Governo dos EUA está a trabalhar arduamente para repatriar os cidadãos norte-americanos e os que têm residência permanente da Venezuela”.

“Tentámos organizar voos de repatriamento em abril e novamente a princípios de maio, mas o regime de [Nicolás] Maduro não outorgou as autorizações de voo necessárias”, adianta-se.

Segundo a Embaixada dos EUA a fronteira entre a Venezuela e a Colômbia está encerrada e, por isso, instou os norte-americanos a “não tentarem cruzar a fronteira”.

“As intenções de cruzar ilegalmente a fronteira terrestre com a Colômbia podem resultar em multas, detenções e aumentar a vulnerabilidade, ficando expostos a delitos, incluindo o sequestro. Os norte-americanos estão sujeitos a todas as leis e regulamentações locais, incluindo o recolhimento obrigatório e as quarentenas”, sublinha-se.

Segundo o comunicado, o Departamento de Estado dos EUA emitiu, desde fevereiro de 2019, um alerta de viagem para a Venezuela do tipo “nível 4: não viajar”.

“A Embaixada dos EUA em Caracas suspendeu as operações, em março de 2019. O Governo dos EUA tem uma capacidade extremadamente limitada para proporcionar serviços de emergência aos cidadãos norte-americanos na Venezuela. Devido a isto os EUA não podem organizar o transporte, alojamento, nem proporcionar assistência financeira de emergência aos cidadãos norte-americanos na Venezuela”, pode ler-se na nota.

Os EUA recomendam aos seus cidadãos que monitorizem o ‘site’ da embaixada e as suas redes sociais e que se inscrevam no programa Smart Traveler Enrollment Program (STEP).

A Venezuela registou oficialmente 18 mortes e 1.819 casos da covid-19, com 334 pessoas curadas da doença.

Desde 13 de março que o estado de alerta está em vigor no país, o que permite ao executivo decretar “decisões drásticas” para combater a pandemia.

Os voos nacionais e internacionais estão restringidos, com exceção dos humanitários, e a população está em quarentena e impedida de circular livremente entre os vários estados do país, desde 16 de março.

Desde segunda-feira que o Governo venezuelano implementou um programa próximo de flexibilização da quarentena, que permite aos venezuelanos saírem durante algumas horas por dia, mantendo o distanciamento social e o uso de máscaras.

Este programa prevê cinco dias de flexibilização seguido por 10 dias de confinamento obrigatório e permite a abertura de alguns setores económicos, entre eles os bancos, os consultórios médicos e odontológicos, as oficinas mecânicas e os setores da construção civil, as sapatarias, as lojas de roupa, de ferragem, refrigeração e canalização, a indústria da matéria prima química e os cabeleireiros.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 379 mil mortos e infetou mais de 6,3 milhões de pessoas em 196 países e territórios.

Mais de 2,6 milhões de doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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