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Países europeus pedem aumento da ajuda humanitária para a Venezuela

Foto EPA/CHRISTOPHE ENA
Foto EPA/CHRISTOPHE ENA

Países da União Europeia (UE) pediram ontem ao Conselho de Segurança das Nações Unidas para aumentar a ajuda humanitária à Venezuela, devido ao efeito “devastador” que a pandemia de covid-19 pode ter no país.

“Pedimos mais esforços para responder aos trabalhos não suficientemente financiados para esta complexa emergência humanitária”, apelaram os membros europeus do organismo da Organização das Nações Unidas (ONU), no final de uma reunião à distância, pedida pelos mesmos, sobre a situação na Venezuela.

Os Estados europeus deste organismo (França, Alemanha, Bélgica e Estónia), juntamente com a Polónia, que terminou o mandato em dezembro de 2019, sublinharam a “profunda preocupação” pelas consequências que a covid-19 pode ter no país sul-americano.

“A pandemia aumenta o risco de um impacto humano devastador num país que enfrentava já uma grave situação económica, social e humanitária”, avisaram os Estados-membros numa declaração conjunta, na qual reclamaram também a “despolitização” da entrega da ajuda e o acesso seguro e sem obstáculos às agências humanitárias na Venezuela.

A Rússia, principal apoiante do Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, no Conselho de Segurança das Nações Unidas, criticou a convocatória da reunião, que considerou “muito artificial”, destacando que a Venezuela está a lidar melhor com o novo coronavírus do que outros países da América do Sul.

O vice-embaixador russo, Dmitry Polyanskiy, acusou a União Europeia, o Reino Unido e os Estados Unidos de terem lançado “’slogans’ anti-Maduro”, enquanto as sanções “unilaterais e ilegais” desses países complicam os esforços humanitários do Governo.

Os países europeus lembraram que a União Europeia é o maior doador humanitário na crise venezuelana, contribuindo com mais de metade dos fundos, e as sanções em vigor contra dirigentes governamentais não afetam “em absoluto” os suprimentos médicos ou humanitários.

Por outro lado, a embaixadora norte-americana, Kelly Craft, frisou que os Estados Unidos estão a apoiar o povo venezuelano, com nove milhões de dólares (cerca de 8,3 milhões de euros) para o combate à covid-19, e insistiu que a “catástrofe económica e humanitária” que se vive no país é responsabilidade do “regime corrupto e ilegítimo de Maduro”.

Esta reunião foi a segunda do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre a Venezuela no espaço de uma semana, depois da realizada a pedido da Rússia, para denunciar as ações recentes dos Estados Unidos.

De acordo com o que disseram fontes diplomáticas à agência espanhola Efe, é previsível que a crise venezuelana continue a ser abordada regularmente em reuniões do órgão, mas não se espera nenhum tipo de acordo ou medida, devido às diferentes opiniões sobre o assunto.

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