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Nicolás Maduro acusa oposição de tentar sabotar eleições legislativas

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O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, acusou na terça-feira os líderes opositores Henrique Capriles Radonski (ex-candidato presidencial) e Juan Guaidó de organizarem uma campanha mundial para desacreditar e sabotar as eleições legislativas, previstas para dezembro.

"Querem sabotar as eleições. Capriles Radonski, entende que o povo já te derrotou duas vezes", disse Maduro.

Nicolás Maduro, que é também presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, o partido do governo), falava durante um ato transmitido na integra pelas rádios e televisões do país, em que foram dados a conhecer os nomes dos 554 candidatos principais e suplentes do PSUV para as eleições legislativas.

"Estão a tentar levantar uma campanha desde a Europa [...], desesperados para sabotar as eleições de 06 de dezembro, para tentar impor uma matriz de opinião para que se suspendam as eleições", disse.

Segundo Nicolás Maduro, "em qualquer circunstância, chova ou troveje, essas eleições têm de fazer-se, pelo bem institucional, pela democracia do país".

"Não percebem [Capriles e Guaidó] que não se trata de [Nicolás] Maduro, que não se trata de Chávez [Hugo, que presidiu o país entre 1999 e 2013], que não é um homem, é um povo bravo e consciencioso, rebelde, lutador e guerreiro", frisou.

O Presidente da Venezuela vincou ainda que o chavismo venceu 22 das 25 eleições venezuelanas, desde a chegada da revolução bolivariana, em 1999.

"Vencemos referendos, eleições presidenciais e de governadores. Temos sabido ganhar e temos sabido perder. Mas sempre soubemos competir, colocar os nossos nomes na batalha e deixar que o povo decida", disse.

Por outro lado, explicou que no país "está a surgir uma outra oposição nacional, soberana" de jovens dos partidos opositores Primeiro Justiça, Um Novo Tempo e Vontade Popular, "que se uniram para participar nas eleições".

As próximas eleições legislativas na Venezuela estão marcadas para o próximo dia 06 de dezembro.

No entanto, 37 organizações, entre elas os quatro maiores partidos da oposição (Ação Democrática, Primeiro Justiça, Vontade Popular e Um Novo Tempo), anunciaram que não participariam nas legislativas, que antecipam ser "uma fraude".

O ex-candidato presidencial, Henrique Capriles Radonski, demarcou-se recentemente do líder opositor Juan Guaidó. Tem instado a oposição a participar nas próximas eleições e anunciou que está a analisar várias propostas de pequenos partidos opositores.

Desde junho, o Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela suspendeu a direção dos partidos opositores Vontade Popular, Primeiro Justiça e Ação Democrática, e também de vários partidos afetos ao regime, entre eles Pátria para Todos e Tupamaro, e ordenou que fossem reestruturados, nomeando direções provisórias para esses partidos.

A decisão foi classificada pela oposição como uma manobra de preparação "para uma nova farsa eleitoral", em que o regime decidirá quem preside aos partidos nas próximas eleições.

A Venezuela tem, desde janeiro, dois parlamentos parcialmente reconhecidos, um de maioria opositora, liderado por Juan Guaidó, e um pró-regime, liderado por Luís Parra, que foi expulso do partido opositor Primeiro Justiça, mas que continua a dizer que é da oposição.

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