Rali Vinho da Madeira Desporto

Pilotos deixam tudo em aberto para o último dia de rali

Miguel Nunes não confia na vantagem, Alexandre Camacho quer andar mais depressa e Pedro Paixão, no meio dos dois, confessa que não quer intrometer-se

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Fotos Rui Silva/ASPRESS

Os três primeiros classificados do Rali Vinho Madeira falaram ontem à TSF-Madeira e traçaram os objectivos para a corrida cronometrada rumo ao fim da 61.ª edição da prova. O DIÁRIO compilou as frases mais marcantes após a conclusão da 1.ª Etapa

São três os madeirenses que este sábado vão sair em primeiro para o último dia do Rali Vinho Madeira. Miguel Nunes (Skoda Fabia R5 EVO), Pedro Paixão (Skoda Fabia R5) e Alexandre Camacho (Citroën C3 R5) ocupam os três primeiros lugares da classificação geral desta que é a 61.ª edição da prova rainha do automobilismo madeirense.

Ontem, no final da 1.ª Etapa, os principais protagonistas falaram aos microfones da TSF-Madeira e da organização do rali. Abordaram tudo aquilo que se passou desde Machico a Santana, de manhã e pela tarde, falaram muito sobre afinações e o único piloto internacional presente na prova, 'Pepe' Lopez, disse que na Madeira "se não tens confiança, não consegues bons tempos".

Miguel Nunes - 1.º classificado

Foi um dia bastante competitivo. Conseguimos entrar bem no rali logo na parte da manhã. A partir daí é claro que os nossos adversários reagiram e atacaram forte. Nós conseguimos nos defender e chegamos ao final do primeiro dia na primeira posição. É muito positivo para nós, mas ainda falta muito rali pela frente (...) [A vantagem] não é segura porque temos de andar muito depressa para pelo menos tentar manter a diferença. A esse nível, tudo pode acontecer” Em declarações à TSF-Madeira

Pedro Paixão - 2.º classificado

Faço um balanço positivo. Tivemos um dia muito bom. Os troços correram-nos lindamente e não apanhámos nenhum susto. Não excedemos o limite nenhuma vez e ainda assim conseguimos manter a rapidez que se viu. Estamos muito satisfeitos (...) Eu obviamente que vejo o Alexandre a se aproximar, mas a minha linha de foco passa por terminar o rali e não defender posições. Mais depressa, se tivesse com outra linha de pensamento, olharia aos tempos do Miguel e tentava apanhá-lo do que me tentar defender do 2.º lugar, porque se eu tentar apanhar um 1.º lugar é mais provável que me consiga distanciar também da pessoa que está em 3.º lugar (...) Queremos apenas terminar o rali, até porque temos um carro de geração anterior e um pouco menos competitivo. Não que isso justifique a diferença que há, mas é importante. Os carros não são desenvolvidos para pior e alguma diferença há de fazer. Em declarações à TSF-Madeira

Alexandre Camacho e Pedro Calado - 3.º classificados

Durante a parte da tarde conseguimos alterar o carro e conseguimos uma melhoria significativa. Temos feito sempre tempos nos três primeiros e conseguimos recuperar algum tempo para o Miguel e para o Pedro. E, pronto, vamos tentar ainda melhorar o carro para estarmos mais fortes. [Distância para os líderes?] Vamos tentar ir mais depressa e chegar aos lugares da frente. Em declarações à Organização RVM
Tem sido engraçado esta fase de aprendizagem do carro. A parte da manhã foi diferente da parte da tarde, onde fomos mais fortes. Tirámos 5 a 6 segundos às primeiras passagens, o que é muito bom. Significa que de manhã o carro não estava, nem de perto nem de longe, nas melhores condições. Podem contar connosco, porque vamos dar tudo o que tivermos para tentar chegar mais à frente. Vamos entrar com outra confiança. Espero que as pessoas estejam bem posicionadas. Foi uma alegria ver de volta estes ralis e a festa cá fora e acho que tem corrido tudo bem. Em declarações à TSF-Madeira

Bruno Magalhães - 4.º classificado

Estamos focados no Campeonato Nacional de Ralis, que era o objectivo definido antes da prova começar. Das oito especiais ‘vencemos’ sete, o que demonstra que estamos com bom andamento. Foi uma manhã mais fácil devido a algumas partes dos troços estarem húmidas, mas temos feito um bom trabalho e estamos com um ritmo bastante forte (...) Este é um rali que todos os pilotos conhecem bastante bem e cada vez mais é um rali que se decide à décima de segundo, onde para se conseguir ganhar é preciso ter máxima confiança desde o primeiro troço. Existem vários candidatos que podem vencer. À geral, não temos hipótese. Vamos vencer para o Campeonato Nacional. Em declarações à TSF-Madeira

'Pepe' Lopez - 5.º classificado

Creio que agora o que temos de fazer é continuar trabalhando no carro para ter confiança. Se não tens confiança com o carro, na Madeira, não consegues bons tempos. É isso que nos está a acontecer. Agora, vamos trabalhar duro com a Sports & You até ao final do dia e amanhã [hoje] e, se tudo correr bem, podemos atacar mais. [A ideia é subir no ‘top5’?] Sim, essa é a ideia. Em declarações à Organização RVM

As impressões de outros pilotos

Também Armindo Araújo e Ricardo Teodósio fizeram contas aos tempos cronometrados no final do primeiro dia de Rali Vinho Madeira. Ambos trouxeram para a Região a mesma viatura, um Skoda Fabia R5 EVO, mas o discurso destes dois pilotos, que têm no pensamento levar daqui o máximo de pontos possíveis para o Campeonato Nacional de Ralis, é um exemplo claro do dilema homem-máquina.

Por um lado, Armindo Araújo (8.º classificado a 59,6 segundos da liderança) assume que existiram problemas logísticos na preparação para a prova e vinca o facto de estar a competir com um diferencial traseiro que não é igual ao carro com que competiu na Calheta. Por outro, Ricardo Teodósio (9.º classificado a 1 minuto e 9,9 décimas do primeiro) confessou não estar bem, mesmo com a viatura a 100%. Ambos partem para a 2.ª Etapa do RVM com ambição de melhorar o que fizeram na sexta-feira.

Não é aquilo que nós queríamos. Queríamos estar a lutar pela vitória, principalmente junto dos pilotos continentais. O Rali da Calheta tinha sido um bom indicador de que seria possível, mas infelizmente, com a infelicidade desse rali tivemos de alterar toda a nossa logística e ‘encomendar’ outro carro e foi tudo muito em cima da hora, o que nos causou algumas mudanças na nossa estrutura. Estamos basicamente com um diferencial traseiro que não é bem igual ao que nós tínhamos e que nos está a prejudicar imenso. Vamos sofrer bastante até ao fim e não há nada a fazer. Amanhã [hoje] vamos tentar alcançar o José Pedro Fontes e minimizar o prejuízo nas contas do Campeonato Nacional. Armindo Araújo, em declarações à TSF-Madeira
Eu até me estou a sentir bem com o carro, mas os tempos não me estão a sair e de certeza que isso é por causa da condução. Até pode ser do carro, pelo ‘setup’ não ser o mais adequado, mas acho que sou mais eu que estou a travar um pouco mais daquilo que deveria. Um bocadinho numa curva e noutra curva chegamos ao fim de 10 quilómetros com mais 7 segundos. Estamos a andar depressa, mas os tempos não têm saído. Vou mudar o carro todo e tentar andar o mais rápido possível. Acho que tem sido um rali muito competitivo e os madeirenses são todos muito fortes. Ricardo Teodósio, em declarações à TSF-Madeira

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