Coronavírus Madeira

Porto Santo alerta para importância de cumprir regras anti-covid

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Foto Arquivo

“A irresponsabilidade e a ganância de alguns não pode prejudicar o todo que é o Porto Santo, e isso eu não vou deixar que aconteça e vocês também não devem deixar”, disse Rogério Correia perspectivando as próximas semanas de combate à covid-19 na ilha que se prepara para receber mais visitantes. O responsável pelo Centro de Saúde avisa que vem aí um período de maior procura e é preciso garantir que todos cumprem as regras e mantêm o destino seguro.

Julho passou sem nenhum caso, revelou, em grande medida devido a ser uma ilha com poucas entradas e controladas. “Não houve nenhum avião que não tenhamos ido, sejam militares, sejam particulares”, deu conta, tendo a autoridade de saúde realizado testes aos que não o traziam feito. “Cerca de 90% já vinham com teste feito. É bom que se atinja os 100% porque no meio de um avião, um pode estragar todo o trabalho que estamos fazendo”, defendeu o também médico e delegado de saúde pública.

Se o ser uma ilha pequena e controlada garantiu o sucesso nestes meses, há o reverso da medalha. A pouca oferta, em termos de restaurantes, bares, supermercados e outros serviços, leva à concentração das pessoas. Por isso, e porque há mais gente a caminho, pediu que não se descure a prevenção. “Se nos escapa um falso negativo, alguém por exemplo que venha no período de incubação e que só constitua contágio depois de estar no Porto Santo, se essa pessoa circular, contagiar outra no hotel onde está, que também circule e vá para um grande aglomerado... isto é uma bomba-relógio e nós em pouco tempo temos uma rede de transmissão na ilha e que pode não ser controlável porque o contágio é com muita gente”, alertou.

Em particular, dirigiu-se aos gerentes dos bares nocturnos. “Que sigam os mesmos princípios que os outros, que no seu plano de contingência garantam o afastamento, para haver afastamento tem de haver uma lotação definida no vosso plano. A partir dessa lotação não podem servir mais, tal como os restaurantes não servem, tal como o supermercado não deixa entrar”. Se servirem, pede, que garantam que os clientes se afastam da zona e não se concentram, constituindo risco para a saúde pública.

“Toda a gente fala muito sobre a economia, mas não percebem, alguns, felizmente que são só alguns, que a salvação da nossa economia é cumprirmos com estas regras. Se não estivéssemos com zero casos até agora, se não tivéssemos tido cuidados, estávamos fechados”. E continuou: “Se não tivéssemos estas regras não teríamos o turismo que estamos a ter. Se não tivéssemos cumprido com estas regras não havia o sinal de confiança de um Presidente da República nos estar a visitar. Transmite mais uma imagem de segurança aos nossos mercados. Temos que manter isto. Uma rede de transmissão incontrolável, isso sim, será a nossa desgraça, será o encerramento dos nossos negócios, será a falta de clientes para todos vós”.

Na ocasião, Rogério Correia deixou ainda um agradecimento às autoridades pelo trabalho, e pediu compreensão por parte da população para a missão que desempenham. Têm feito o melhor que podem, disse. “A missão não é só deles, é de todos nós. Há uma nova consciência que tem de ser criada em todos nós, novos hábitos, novas práticas, alerta a todos, sobretudo aqueles que nos visitam e que não estão habituados a cumprir”, pediu.