Madeira

Abertura de Albuquerque ao Chega faz correr tinta

Presidente do PSD/M apoia aproximação ao partido de André Ventura, colocada como hipótese pelo líder nacional do PSD. As declarações foram feitas em entrevista à Rádio Renascença e estão no DN de Lisboa

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Foto Arquivo

O apoio de Miguel Albuquerque à estratégia do PSD de aproximação ao partido Chega merece chamada à primeira página no Diário de Notícias de Lisboa. Em declarações feitas à Rádio Renascença, o presidente do PSD/Madeira disse concordar com a estratégia de aproximação do seu partido ao partido mais à direita na Assembleia da República porque “é fundamental que o centro-direita se junte para derrotar a esquerda”. Além disso, acrescentou que hoje, a extrema-direita europeia integra coligações em governos democráticos na Europa “e nenhum mal veio ao mundo por isso”.  No entanto, esta aproximação de Rio a André Ventura não é consensual. “Alguns social-democratas querem um "cordão sanitário" para isolar os populistas”, escreve a jornalista do Diário de Notícias na notícia sobre a entrevista.

“Ventura no discurso de Rio e Albuquerque”, resume na capa o apoio do líder madeirense ao líder nacional, uma posição já assumida na passada terça-feira na Região quando afirmou "Tudo o que seja para derrotar a Esquerda, sou favorável, caso contrário não saímos da cepa torta". “Chega mais próximo do PSD ou é preciso um cordão sanitário?”, acrescenta o destaque na primeira do DN.

No interior, o artigo de Paula Sá sublinha que Miguel Albuquerque “nem pede mais moderação ao partido de André Ventura como condição para o diálogo”. "O que quer dizer moderado? Moderado como o Bloco de Esquerda, que é estalinista? Moderado como o Partido Comunista, que defende a Coreia do Norte?", disse Miguel Albuquerque na entrevista à Renascença, citado no artigo, tendo também desvalorizado o radicalismo do líder do Chega. “O Chega é acusado de tudo, não é?"

Na mesma entrevista, Miguel Albuquerque deixou claro que esta aproximação não tem de pôr de lado os valores essenciais do partido, mas que isso não implica que “do ponto de vista instrumental e político, se formem alianças para derrotar o nosso adversário principal”. O presidente do PSD/M acredita que “tudo o que seja coligações no sentido de derrotar a esquerda em Portugal é bem-vindo”.

Rui Rio tinha tido admitido na semana passada numa entrevista à RTP3 a aproximação, mas com condições. “"Se o Chega evoluir para uma posição mais moderada, penso que as coisas se podem entender", mas "depende do Chega". Ou seja, disse, "se o Chega continuar nesta linha de demagogia e populismo como tem tido, está aqui um problema, porque aí não é possível um entendimento com o PSD. Face àquilo que tem sido o Chega, descarto”, recorda ainda o artigo do DN de hoje.