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República Checa defende democracia em Taiwan sob protestos da China

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Foto EPA

O presidente do senado da República Checa disse hoje que a liberdade e a democracia são a base da prosperidade, durante uma visita a Taiwan que suscitou ameaças por parte da República Popular da China.

"Eu acredito que, sem a possibilidade de cooperação livre entre empresários e empregadores, não haverá liberdade e democracia na República Checa ou em Taiwan, porque a liberdade e a democracia são a base da prosperidade", disse Milos Vystrcil aos participantes num fórum económico em Taipé.

Vystrcil lidera uma delegação de 89 dirigentes políticos, empresários, artistas e académicos da República Checa numa visita a Taiwan, que ocorre numa altura em que a China tenta isolar o território.

Apenas 15 países mantêm relações diplomáticas com Taipé. A República Checa mantém contactos informais robustos.

O corte de laços diplomáticos com Taiwan é tido como a base para manter relações e contactos oficiais com Pequim.

O ministro dos Negócios Estrangeiros da China avisou hoje a República Checa que pagará "caro" por "desafiar o princípio de 'uma China'".

"Desafiar o princípio de 'uma China' é equivalente a tornar-se no inimigo de 1,4 mil milhões de chineses", advertiu Wang Yi, durante a atual viagem pela Europa.

O reconhecimento daquele princípio é visto por Pequim como uma garantia de que Taiwan é parte do seu território. A ilha funciona como uma entidade política soberana, apesar de o regime chinês considerar que está sob a sua soberania.

Vystrcil discursou num fórum económico, durante o qual ambas as partes assinaram acordos para os setores de alta tecnologia e gestão ambiental.

O ministro da Economia de Taiwan, Wang Mei-hua, disse que a visita da delegação traz benefícios económicos reais para os dois lados.

O ministro disse ainda que a visita é uma "prova para o mundo de que não importa quão grande é a pressão, quão difícil é a situação, nada pode travar a determinação de Taiwan e da República Checa em defender a liberdade, a democracia e proteger os direitos humanos".

As empresas de alta tecnologia de Taiwan são os maiores investidores na República Checa, enquanto a robusta democracia do país marca um forte contraste com o sistema autoritário do Partido Comunista da China.

Durante a sua visita, Vystrcil deve encontrar-se com a Presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, que é repudiada por Pequim devido à sua posição pró-independência.

A visita de seis dias de Vystrcil a Taiwan foi motivada em parte por reclamações do lado checo de que a China estava a introduzir elementos políticos indesejados nas suas relações.

Praga e Pequim romperam as relações entre cidades geminadas depois de a China se recusar a retirar a linguagem do acordo que ditava que o governo da cidade apoiasse o "princípio de 'uma China'", que define Taiwan como parte da República Popular da China.

O antecessor de Vystrcil, Jaroslav Kubera, tinha uma viagem planeada a Taiwan.

Kubera morreu em janeiro passado e Vystrcil disse que a pressão da China, incluindo um aviso da embaixada chinesa contra a decisão de parabenizar Tsai pela sua reeleição, contribuiu para a sua decisão de viajar para a ilha.

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