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Trump e serviço postal dos EUA processados

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Várias personalidades, incluindo candidatos à administração pública, processaram hoje o Presidente norte-americano, o republicano Donald Trump, o Serviço Postal dos Estados Unidos e o novo diretor dos correios, para assegurar financiamento adequado para as operações dos correios.

O processo foi entregue no tribunal federal de Manhattan, Nova Iorque, em resposta aos comentários feitos pelo chefe de Estado norte-americano e às decisões implementadas pelo novo diretor dos correios dos Estados Unidos, Louis DeJoy, para alterar as operações dos postos de correios a nível nacional, explicita a Associated Press (AP).

Donald Trump tem manifestado a sua oposição ao voto por correio, que considera só se justificar quando os eleitores não estão no seu estado de residência no dia das eleições, e defendido que o processo abre caminho a fraudes eleitorais.

Numa entrevista publicada na quinta-feira, Trump admitiu que tem bloqueado novos fundos pedidos pelos serviços postais para evitar uma votação por correio universal nas presidenciais de novembro.

O novo diretor dos serviços postais, Louis DeJoy, aliado do Presidente e em funções desde junho, procedeu a numerosas alterações ao funcionamento dos serviços, com queixas de atrasos, cortes e subida de preços.

O processo que deu agora entrada alega que Trump e DeJoy estão a tentar assegurar que o serviço postal não consegue entregar com fiabilidade os votos por correspondência -- uma das modalidades de voto que os eleitores norte-americanos podem utilizar e na sequência das eleições presidenciais de novembro.

Por isso, a administração norte-americano está a ser processada de modo a que a Justiça delibere no sentido de financiar corretamente o Serviço Postal dos Estados Unidos.

Entre as pessoas que processaram Trump, os correios e DeJoy estão a procuradora e também nomeada dos Democratas para a Casa dos Representantes no 17.º Distrito de Nova Iorque Mondaire Jones.

Também a senadora estatal democrata de Nova Iorque Alessandra Biaggi e os candidatos democratas para a assembleia estatal de Nova Iorque Chris Burdick e Stephanie Keegan decidiram processar a administração.

A AP pediu esclarecimentos adicionais ao Departamento da Justiça, mas ainda não obteve resposta.

O processo deu entrada depois de a presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, ter convocado, também hoje, uma sessão para discutir o serviço postal dos Estados Unidos, depois de acusações a Donald Trump de tentar prejudicar os correios para evitar um aumento do voto postal nas presidenciais.

Nancy Pelosi decidiu encurtar as férias parlamentares, que deveriam prolongar-se até setembro, para submeter a votação legislação que proíba quaisquer alterações ao funcionamento dos serviços postais.

A questão assume especial relevância a poucos meses das presidenciais de novembro, em que milhões de norte-americanos deverão optar pelo voto por correio para evitar os riscos associados à pandemia de covid-19 que a deslocação às assembleias de voto pode implicar.

"Em tempo de pandemia, os serviços postais são a central eleitoral. Os norte-americanos não têm de escolher entre a sua saúde e o direito de voto", afirmou Nancy Pelosi numa carta aos congressistas do Partido Democrata.

Steny Hoyer, líder da maioria democrata na Câmara dos Representantes, disse a jornalistas que os líderes parlamentares vão discutir hoje por videoconferência a realização da sessão.

Fonte parlamentar disse por seu turno à Associated Press (AP) que a sessão deve realizar-se no próximo sábado, 22 de agosto.

A legislação que está a ser preparada proíbe os serviços postais de qualquer mudança nas operações postais ou no nível de serviço vigente a 01 de janeiro passado até ao final da pandemia.

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