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Devolver livros é uma má política

Vou falar da Câmara do Funchal por desconhecer o que se passa nas restantes. E vou criticar não a intenção, mas a forma. O município decidiu ajudar as famílias fornecendo manuais aos estudantes do concelho. Bravo. Contudo o que é uma boa opção política e social é estragada com o facto de, no final do ano lectivo, os livros têm de ser devolvidos à CMF, apagados. Servirão depois para outros estudantes. Para além de ser tormentosa a tarefa de apagar mais de 10 manuais, os alunos sentem-se condicionados na correcta utilização dos mesmos, no tempo de aulas. Um livro deve ser devidamente manuseado, escrita, com notas nas margens. Ora se a autarquia exige a sua devolução, nunca o estudante pode tirar o devido e desejado prazer de nele escrever. A Câmara deveria oferecer os livros aos seus alunos, sem exigir a sua devolução. Muitas vezes é necessário a consulta de um livro do ano anterior. Se a autarquia não tem cabimento orçamental (?) deveria encontrar outras formas de ajudar as famílias, através de isenções do pagamento de impostos, por exemplo ou de serviços ou suportando refeições e transportes. Fica a sugestão em jeito de desafio, na certeza de que a responsabilidade dos municípios deve ser efectiva na promoção da educação nos respectivos concelhos.

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