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Dois mortos no descarrilamento de Alfa Pendular em Soure

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O descarrilamento de um comboio Alfa Pendular, no concelho de Soure, distrito de Coimbra, fez hoje dois mortos seis feridos graves e 19 feridos ligeiros, disse à agência Lusa o comandante distrital da Protecção Civil, Carlos Tavares. As duas vítimas mortais no  eram os operadores da máquina da REFER contra a qual o comboio Alfa Pendular colidiu, afirmou o comandante Distrital de Operações de Coimbra.  O responsável, que referiu ainda a existência de 30 feridos ligeiros.

Dos 212 passageiros do Alfa Pendular, registam-se seis feridos graves, sendo que nenhum corre risco de vida, acrescentou.: "Já evacuámos para diferentes hospitais dez vítimas. Não temos já qualquer passageiro no Alfa Pendular", referiu, salientando que falta desencarcerar uma das vítimas mortais da máquina de trabalhos.

As vítimas ilesas foram encaminhadas para o Pavilhão Gimnodesportivo de Soure, onde estão a ser alvo de triagem por parte do INEM, retomando a sua viagem em Alfarelos, assim que tiverem alta, explicou.

Carlos Luís Tavares referiu que o número de vítimas mortais e feridos graves está "fechado", podendo haver ainda algumas alterações quanto ao número de feridos ligeiros.

Segundo a médica do INEM Paula Neto, há duas crianças entre os feridos ligeiros, sendo que uma já foi transportada para o Hospital Pediátrico de Coimbra.

"Temos também as nossas equipas de apoio psicológico a acompanhar as pessoas que estão no Pavilhão Gimnodesportivo", disse.

Também o presidente da Câmara de Soure, Mário Nunes, deu conta do registo de dois mortos e sete feridos graves: "Os [feridos] graves não são muito graves e estão a ser estabilizados", afirmou à Lusa.

Já em declarações à SIC-Notícias, o autarca adiantou ainda que os dois mortos "não são passageiros do Alfa" e que os passageiros que não estão feridos foram encaminhados para o pavilhão municipal, onde terão apoio psicológico e médico. Mário Nunes indicou também que "o Alfa Pendular embateu numa máquina que estava a operar na linha".

Fonte do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) disse à Lusa que foram acionados para o local cinco viaturas médicas de emergência de reanimação, duas ambulâncias de suporte imediato de vida, dois helicópteros, duas unidades móveis de intervenção psicológica de emergência, assim como duas viaturas de intervenção em catástrofe e várias ambulâncias.

No 'site' da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) é indicado que estão no local 176 operacionais, apoiados por 69 viaturas e dois meios aéreos.

O comboio seguia no sentido sul-norte e o descarrilamento ocorreu após o embate entre o Alfa Pendular e uma máquina de trabalho, tendo o alerta sido dado às 15:30, segundo a ANEPC.

Equipa de investigação a caminho

O Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF) vai investigar o descarrilamento.  Fonte do GPIAAF disse à agência Lusa que a equipa de investigação já está a caminho do local para dar início às investigações e apurar as circunstâncias em que se deu o acidente.

Contactada pela Lusa, a Infraestruturas de Portugal (IP) referiu que os "danos serão avultados", mas estão dependentes do inquérito do GPIAAF. 

Presidente da República expressou pesar a famílias dos mortos

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, já se pronunciou sobre o "grave acidente" ferroviário e disse que aguardará "os resultados das investigações técnicas e judiciais".

"O Presidente da República lamenta o grave acidente ferroviário desta tarde na Linha do Norte, de cujos detalhes foi informado pelo ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos", lê-se numa nota divulgada no 'site' da Presidência. Marcelo Rebelo de Sousa apresenta "sentidas condolências aos familiares e amigos das vítimas mortais" e deseja "rápidas melhoras aos numerosos feridos, aguardando os resultados das investigações técnicas e judiciais".

Em declarações à RTP3, o Presidente da República admitiu visitar os feridos que estiverem hospitalizados em Coimbra, sublinhando que "o mais importante é estar com os familiares daqueles que faleceram e estar com os feridos, nomeadmente mais graves, e os seus familiares". Marcelo rebelo de Sousa, que se encontra no Algarve, disse que no Sábado irá marcar presença, em Cuba, no distrito de Beja, no funeral do bombeiro que faleceu na sequência de ter ficado ferido no combate a um incêndio em Castro Verde, admitindo, durante a tarde, visitar os feridos deste acidente, em Coimbra.

O chefe de Estado registou "a forma como a Câmara de Soure atuou no sentido de criar condições para acolhimento temporário dos muitos passageiros do comboio", bem como "a rapidez com que foi instaurado um inquérito" às causas do acidente.

"Com grande rapidez houve a preocupação de ter a estrutura competente para inquirir o que se passou no terreno, e que há a preoucpação naturalmente de apurar aquilo que se passou, para além do que já se sabe, da colisão que houve e daquilo que antecedeu essa colisão, mas o apuramento que está em curso é importante, nomeadamente porque envolveu um número muito elevado de portugueses", disse.

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