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Zero defende utilização de carregador único para reduzir lixo electrónico

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Foto Shutterstock

A associação ambiental Zero apelou hoje à utilização de um carregador único para dispositivos portáteis, que permitiria reduzir a produção de 29 mil toneladas de lixo electrónico e 1,8 milhões de toneladas de emissões de CO2.

A Organização Europeia Ambiental de Cidadãos pela Normalização (ECOS), que a Zero integra, estima que a cada ano, na Europa, sejam 'consumidos' 500 milhões de carregadores associados a dispositivos portáteis (telemóveis, computadores portáteis e tablets), muitos deles iguais a carregadores que os consumidores já têm em casa.

O relatório divulgado pretende contribuir para o debate político sobre a melhor maneira de alcançar os objectivos da recém-anunciada iniciativa europeia de promover um carregador comum.

O estudo aponta as razões por trás das falhas políticas anteriores e examina as actuais tendências tecnológicas, avaliando o seu impacto nos consumidores, no mercado e no ambiente.

"Embora iniciativas voluntárias relativas aos carregadores de telemóveis tenham, em certa medida, sido bem-sucedidas, permitindo a troca de trinta conectores diferentes para três opções predominantes, o objectivo ambiental de reduzir o volume de carregadores produzidos permanece por realizar", refere.

Quase todos os fabricantes de produtos portáteis (telemóveis, computadores portáteis e tablets) continuam a enviar os seus produtos com um cabo de carregamento, lamenta.

Neste relatório, sinaliza "a ECOS apresenta um pacote de políticas inovadoras de design ecológico que, se implementadas, podem resultar em economia de cerca de 29 mil toneladas de lixo electrónico por ano na união Europeia, tanto quanto mais de 70 estações espaciais internacionais pesariam se reunidas".

Além disso, reduziria as emissões associadas de gases de efeito estufa em mais de 1,8 milhões de toneladas dióxido de carbono equivalente, o que corresponde a cerca de um milhão de carros retirados das nossas estradas, destaca a ZERO.

De acordo com a ECOS, a Comissão Europeia deve rever o Regulamento de Concepção Ecológica específico para fontes de alimentação externas, o que deve ser acompanhado por uma solicitação de normalização associada às organizações europeias de normalização.

Essa abordagem, acrescenta, permitiria elaborá-la com base em desenvolvimentos tecnológicos recentes e expandir significativamente o âmbito da iniciativa para uma ampla gama de produtos diferentes - de portáteis a altifalantes -, mas também abordaria a prática contínua de empacotar produtos junto com carregadores por defeito ou a necessidade de maior eficiência das soluções de carregamento sem fio cada vez mais populares.

A aplicação desta medida em Portugal, tendo em conta que no ano passado foram vendidos 2,5 milhões de telemóveis, representaria que se evitava a emissão de 9 mil toneladas de CO2, o equivalente a retirar cinco mil carros das estradas, e a produção de 145 toneladas de resíduos electrónicos, indica a ZERO.

Este relatório mostra ainda, segundo a associação, que a Comissão Europeia pode ter aqui uma "acção ousada", e colaborar com os Estados-membros, representantes da sociedade civil e fabricantes para criar soluções tecnológicas e políticas inovadoras que se alinham aos objectivos da economia circular e dar um exemplo à escala global.

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