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No mesmo país

Uma fotografia de um país pode ser captada e revelada através de vários filtros e dar-lhe o efeito e colorido que se pretenda a partir de um gabinete ou de uma redacção. Na página dos jornais, um país é retratado ao gosto da corrente mais forte e influente. Assim lemos na folha do jornal mais à mão, que terá um fim pastoso e mal cheiroso, que uma mãe é condenada a nove, nove senhores leitores, anos de prisão, por procurar dar melhor vida aos seus filhos e vendeu-os. O tribunal, que não entra neste tipo de comércio, e faz bem, não foi brando nem compreensivo e atirou a mãe-mulher, para as masmorras, onde sempre viveu ou de onde nunca saiu, dizemos nós. Ao lado de tal notícia, outra informa-nos que um antigo presidente do país de pobres e atrasados de cima a baixo, é ilibado dos crimes que chegou lá acusado, por outro tipo de juízo. Com ele, de braço dado, vai um senhor Banco onde se depositava o caso BES, também ilibado. Dois “instrumentos” que lesaram o país em milhões de euros, enquanto a mãe-mulher-coragem, vai de braçadeiras algemada para a prisão por querer o bem dos filhos e o dela, certamente. Os outros influentes intérpretes deste enredo, também pensaram, tal como a mulher, no seu bem e fizeram o que sabiam e podiam fazer para o conseguir. São pessoas mais pensantes e capazes de golpadas perfeitas, e têm amigos por toda a parte e cheios de arte para os “limpar”, se os jornais acima denunciados não forem suficientes nem seguros. Só de uma coisa não são capazes de se livrar. É do cheirete que deixam para trás;

Joaquim A. Moura

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