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Centros comerciais e locais de culto autorizados a reabrir na Índia

A economia é agora uma prioridade, ainda que os contágios e mortes estejam em crescimento exponencial

Foto EPA/SANJEEV GUPTA
Foto EPA/SANJEEV GUPTA

Os centros comerciais e locais de culto foram autorizados a reabrir hoje na Índia, apesar de a epidemia do novo coronavírus, que provoca a doença covid-19, continuar a atingir o país de forma bastante contundente.

Numa tentativa de reativar a economia, o Governo do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, flexibilizou amplamente o confinamento nacional em vigor desde o final de março em todo o país, que tem 1,3 mil milhões de habitantes.

Como parte do alívio das restrições, locais de culto, centros comerciais e restaurantes receberam permissão do Governo central para receber o público novamente a partir de hoje, respeitando variados regulamentos sanitários.

No entanto, alguns estados particularmente atingidos pela pandemia, como Maharashtra (oeste), mantêm tudo fechado. Também as salas de cinema e os pavilhões desportivos permanecem encerradas e grandes reuniões continuam proibidas.

Nos edifícios religiosos que reabriram as suas portas hoje pela manhã, foram tomados os cuidados necessários e apenas um punhado de fiéis esteve presente.

Muitos templos instalaram “túneis de saneamento” na entrada. Os fiéis estão proibidos de levar comida ou oferendas para o templo.

“A temperatura das pessoas é medida duas vezes antes de entrarem”, disse Ravindra Goel, uma autoridade do templo de Jhandewalan, uma das mais antigas da capital indiana.

A Mesquita Jama Masjid, em Old Delhi, uma das maiores da Índia, planeia realizar orações apenas três vezes ao dia, em comparação com as cinco normalmente realizadas.

Com 256.611 casos confirmados de covid-19 no último relatório oficial, divulgado hoje, a Índia já regista mais infetados do que a Espanha e o Reino Unido, países com uma população muito menor.

O número de mortos na Índia, no entanto, permanece abaixo do das nações da Europa Ocidental, com 7.135 mortes registadas oficialmente.

Especialistas temem, no entanto, que o pico da epidemia não seja atingido no país até julho.

O Governo indiano acredita que a contenção nacional que entrou em vigor em 25 de março ajudou a conter a propagação do vírus. As restrições, no entanto, custaram a dezenas de milhões de pessoas os seus empregos e interromperam abruptamente a atividade económica.

As agências de classificação esperam que o Produto Interno Bruto (PIB) indiano caia mais de 5% no ano fiscal de 2020-2021, contra um aumento médio de cerca de 7% ao ano na última década.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 400 mil mortos e infetou mais de 6,9 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo o balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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