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Pandemia destruiu 7,8 milhões de empregos no Brasil

O novo coronavirus destruiu 7,8 milhões de empregos no Brasil no trimestre encerrado em maio, divulgou hoje o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Pela primeira vez na história do Brasil, a percentagem de pessoas com trabalho na população economicamente ativa chegou a 49,5% no trimestre encerrado em maio, registando uma queda de cinco pontos percentuais em relação ao trimestre encerrado em fevereiro.

É o mais baixo nível de ocupação registado no país sul-americano desde 2012, quando o IBGE iniciou a recolha destes dados na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua).

“Pela primeira vez na série histórica da pesquisa, o nível da ocupação ficou abaixo de 50%. Isso significa que menos de metade da população em idade de trabalhar está a trabalhar. Isso nunca havia ocorrido”, explicou a analista da pesquisa do IBGE, Adriana Beringuy.

A taxa de desemprego no Brasil aumentou no mesmo período para 12,9%, face aos 11,6% registados entre dezembro e fevereiro do ano passado.

Segundo os dados, são mais 368 mil pessoas à procura de trabalho em relação ao trimestre anterior. No mesmo período, 7,8 milhões de pessoas saíram da população ocupada, uma queda de 8,3%.

“É uma redução inédita na pesquisa e atinge principalmente os trabalhadores informais [sem contrato de trabalho]. Da queda de 7,8 milhões de pessoas ocupadas, 5,8 milhões eram informais”, destacou Adriana Beringuy.

Isso significa que 12,7 milhões de pessoas estão desempregadas no Brasil, um dos países mais afetados pela pandemia no mundo.

A taxa de desemprego no país sul-americano também aumentou 0,6 pontos percentuais no trimestre encerrado em maio face ao mesmo período de 2019, quando ficou em 12,3%.

O IBGE informou que o número de empregados no setor privado sem contrato formal de trabalho caiu 20,8%, significando 2,4 milhões a menos no mercado laboral.

Já os trabalhadores por conta própria, diminuíram 8,4%, ou seja, 2,1 milhões de pessoas. Com isso, a taxa de informalidade caiu de 40,6% para 37,6%, a menor desde 2016, quando o indicador passou a ser produzido.

“Numericamente, nós temos uma queda da informalidade, mas isso não é necessariamente um bom sinal. Significa que essas pessoas estão a perder ocupação e não estão a inserir-se noutro emprego. Estão a ficar fora da força de trabalho”, concluiu a pesquisadora do IBGE.

O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo número de infetados e de mortos (mais de 1,36 milhões de casos e 58.314 óbitos), depois dos Estados Unidos.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 505.500 mortos e infetou mais de 10,32 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

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