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Facebook arranca hoje com campanha para identificar desinformação

O Facebook arranca hoje com uma campanha de literacia digital em 42 países, incluindo Portugal, “desenhada para ajudar as pessoas a detetar falsas notícias”, disse à Lusa o responsável pelas parcerias do Facebook com a imprensa na Europa Central.

“Estamos a trabalhar muito para melhorar a fiabilidade da informação no Facebook”, afirmou Guido Buelow, salientando o trabalho que a rede social tem vindo a fazer para combater a desinformação.

“É uma responsabilidade que levamos muito a sério”, salientou, apontando várias iniciativas do Facebook como reduzir a distribuição de conteúdos falsos, o trabalho desenvolvido com mais de 70 ‘fact-checkers’ [verificadores de factos] em mais de 50 línguas, entre outras.

Neste âmbito, explicou, o Facebook lança hoje “uma campanha desenhada para ajudar as pessoas a detetar falsas notícias ‘online’”, em que nas próximas quatro semanas será é pedido aos utilizadores que “façam uma pausa e respondam a três questões” sobre o que realmente estão a ler, explicou Guido Buelow.

Num trabalho conjunto com os parceiros de ‘fact-checking’, o Facebook criou três perguntas que ajudam a eliminar as notícias falsas - “Isto veio de onde? O que falta? Como é que o fez sentir?”, que vão surgir através de uma série de anúncios criativos com uma ligação para o ‘site’ www.stampoutfalsenews.com.

O Facebook espera que estes anúncios levem as pessoas a questionarem-se sobre informação que veem na rede social.

Esta campanha estará em todos os países da União Europeia e Reino Unido, incluindo ainda Camarões, Costa do Marim, Egito, Etiópia, Iraque, Quénia, Líbia, Marrocos, Arábia Saudita, África do Sul, Turquia, Uganda e Emirados Árabes Unidos, num total de 42 países.

Guido Buelow adiantou ainda que para testar a eficácia desta campanha, o Facebook vai ter inquéritos que avaliam o que as pessoas aprenderam, o que irá “permitir desenvolver campanhas de literacia digital no futuro”.

Questionado sobre se há uma diferença entre a Europa e os Estados Unidos no que respeita à propagação da desinformação, o ‘head of news partnerships’ na Europa Central do Facebook considerou que não.

“O que vemos com a desinformação sobre covid-19, por exemplo, é que viaja através de diferentes países” e “não há uma grande diferença” entre eles, considerou.

O Facebook está comprometido em ajudar a “educar as pessoas para as empoderar”, “dar ferramentas para que possam detetar a desinformação, referiu Guido Buelow.

Em Portugal, a rede social trabalha com dois ‘fact-checkers’, o Polígrafo e o Observador.

Questionado sobre em que ponto no caminho é que está o combate à desinformação, o responsável disse estar “no meio”.

“Estamos constantemente a construir” formas de verificar factos, as “campanhas [de literacia digital] estão a ficar mais sofisticadas” e isso vai “ajudar a melhorar e a educar” as pessoas, “estamos no meio [do caminho]” do combate à desinformação, concluiu.

Esta campanha surge depois do Facebook anunciar na semana passada que as notícias antigas vão ter um alerta que avisa que esse conteúdo tem mais de 90 dias e se tem a certeza que, ainda assim, quer partilhar a notícia.

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