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‘Mayor’ de Nova Iorque recusa remover estátua de Cristóvão Colombo

O presidente da Câmara de Nova Iorque descartou hoje a ideia de remover a estátua de Cristóvão Colombo, apesar dos ataques aos monumentos ao explorador nos Estados Unidos da América em manifestações contra desigualdades raciais.

Apesar dos novos pedidos para a remoção da estátua que ocupa uma praça perto do Central Park, incluindo uma petição que conta com mais de cinco mil assinaturas, o ‘mayor’ Bill de Blasio realçou que não quer reverter a sua manutenção, que ficou decidida em janeiro de 2018 por um comité especialmente formado para decidir o destino de monumentos controversos.

“O comité fez um trabalho muito completo (...) e acho que nos devemos submeter às suas conclusões”, afirmou Bill de Blasio, durante uma conferência de imprensa, citado pela agência France-Presse.

Após vários meses de trabalho, a comissão decidiu pela não retirada da estátua erguida em 1892 para assinalar o 400.º aniversário da ‘descoberta’ da América por Cristóvão Colombo, figura que se tornou um símbolo do genocídio de ameríndios e da opressão a nativos daquele país em geral.

A estátua está no topo de uma coluna de 23 metros de altura, na praça ‘Columbus Circle’ e a comissão decidiu afixar placas explicativas sobre a história do explorador na praça.

Na quinta-feira, o governador de Nova Iorque, Andrew Cuomo, que procura estar na vanguarda das reforças antirracismo, também se manifestou a favor da manutenção daquela estátua.

“Entendo os sentimentos à volta de Cristóvão Colombo e algumas das suas ações, que ninguém as defenderia (...) Mas a estátua também é uma homenagem à contribuição da comunidade ítalo-americana em Nova Iorque”, defendeu Andrew Cuomo, que tem origem italiana, tal como o presidente da câmara, que é de origem alemã e italiana.

Após os protestos contra a desigualdade racial, desencadeada pela morte de George Floyd em Minneapolis, em 25 de maio, várias estátuas de Cristóvão Colombo foram recentemente removidas ou vandalizadas, em locais como Boston, Miami e Richmon, Virgínia. A última situação aconteceu na noite de quinta-feira em Camden, Nova Jérsia.

Nos últimos anos, dezenas de cidades americanas substituíram a celebração do ‘Dia de Colombo’ em outubro, que é feriado federal desde 1937, por um dia de homenagem aos ‘povos indígenas’. No entanto, Nova Iorque e Boston, que têm fortes comunidades de origem italiana, mantiveram a celebração.

George Floyd, um afro-americano de 46 anos, morreu em 25 de maio, em Minneapolis (Minnesota), depois de um polícia branco lhe ter pressionado o pescoço com um joelho durante cerca de oito minutos numa operação de detenção, apesar de Floyd dizer que não conseguia respirar.

Desde a divulgação das imagens nas redes sociais têm-se sucedido os protestos contra a violência policial e o racismo em dezenas de cidades norte-americanas, algumas das quais foram palco de atos de pilhagem.

Os quatro polícias envolvidos foram despedidos, e o agente Derek Chauvin, que colocou o joelho no pescoço de Floyd, foi acusado de homicídio em segundo grau, arriscando uma pena máxima de 40 anos de prisão.

Os restantes vão responder por auxílio e cumplicidade de homicídio em segundo grau e por homicídio involuntário.

A morte de Floyd ocorreu durante a sua detenção por suspeita de ter usado uma nota falsa de 20 dólares (18 euros) numa loja.

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