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Doentes oncológicos nos Açores sem data para retomarem consultas e cirurgias

O responsável da Autoridade de Saúde Regional dos Açores admitiu hoje que há doentes oncológicos na região à espera de consultas e cirurgias, devido à pandemia da covid-19, sem revelar quando deverão retomar essas actividades.

“As unidades de saúde, em articulação com a tutela, estão a fazer esse levantamento de todas as situações pendentes ao longo das últimas semanas e a fazer a devida priorização, e dentro desse levantamento e dessa priorização não consigo apontar datas em concreto para o início de determinadas actividades”, adiantou Tiago Lopes.

O também director regional da Saúde dos Açores falava, em Angra do Heroísmo, no ponto de situação diário sobre a evolução do surto da covid-19 na região.

Questionado sobre a existência de doentes oncológicos à espera de cirurgia há mais de um mês, Tiago Lopes admitiu que a pandemia provocou constrangimentos na prestação de cuidados de saúde, em várias áreas.

“Existem variadíssimas situações de doentes que aguardam ou por intervenções cirúrgicas, ou por realização de consultas, ou por realização de exames complementares de diagnóstico, muitas das vezes até aguardam por deslocações ao exterior da região para terem essa assistência a nível clínico”, apontou.

Sem revelar “números em concreto de doentes a aguardar”, o responsável da Autoridade de Saúde disse que esses constrangimentos “decorrem do estado de emergência que recentemente findou”, salientando que as unidades de saúde já estão a proceder à retoma da actividade assistencial.

“É uma situação que esperamos todos nós que seja resolvida no mais curto espaço de tempo possível”, sublinhou.

Quanto à necessidade de os médicos que se deslocam do continente português à região terem de fazer quarentena à chegada, Tiago Lopes disse que a situação é “delicada” e que será avaliada “caso a caso”.

“Temos de ver muito bem, na medida do possível, o contexto em que cada uma dessas deslocações se irá realizar, de forma a não colocarmos em risco tanto os profissionais que iam trabalhar com esses profissionais de saúde que se irão deslocar, bem como os utentes que irão ser atendidos por esses mesmos profissionais”, apontou.

O responsável da Autoridade de Saúde Regional considerou que a evolução do surto no território continental ainda está numa “fase complicada” e frisou que a actividade assistencial nas unidades de saúde do continente também foi condicionada e que alguns profissionais foram inclusivamente afectados pela infecção.

“Temos de ver caso a caso, dependendo da necessidade da deslocação destas especialidades, da priorização a ser feita no âmbito do planeamento da retoma da actividade assistencial, bem como a proveniência destes profissionais e saber o seu percurso epidemiológico ao longo do surto”, explicou.

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