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Organização ibero-americana alerta para aumento da pobreza e pede cooperação

A Organização de Estados Ibero-americanos (OEI) lançou hoje uma campanha que alerta para a possibilidade de 29 milhões de latino-americanos entrarem em estado de pobreza devido à crise da covid-19 e pede solidariedade para ultrapassar a situação.

A campanha, denominada #IberoaméricaResiste, lembra as estimativas de aumento da pobreza na região e sublinha a importância da cooperação como forma de encontrar soluções comuns para sair da crise.

Estimativas da Comissão Económica para América Latina e Caraíbas das Nações Unidas (CEPAL) apontam que 29 milhões de pessoas da região “poderão cair na pobreza” por causa da pandemia.

Com esse acréscimo, o número de pobres deverá aumentar para 214,7 milhões este ano, dos quais 83,4 milhões ficarão em pobreza extrema, adianta a comissão.

“A crise de 2008 significou um corte em 10 anos de 75% nos recursos que Espanha destinava à cooperação internacional, valor que nunca mais foi recuperado”, recorda a campanha, citando dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).

“Caso se verifiquem novos cortes, a cooperação internacional poderá ficar gravemente ferida e muitos projetos, imprescindíveis para cumprir com a Agenda 2030, ficarão pelo caminho”, afirmou o secretário-geral da OEI, Mariano Jabonero, em comunicado hoje divulgado.

Por isso, a organização resolveu criar a #IberoamericaResiste com “o objetivo abrir um debate sobre as lições desta crise, como a importância da cooperação para sairmos juntos da pandemia”, referiu.

“Esta crise está a ser uma oportunidade para começar a escrever uma nova página da História, a de um futuro onde as relações humanas solidárias e de cooperação, de trabalho multilateral, vão ser muito mais fortes”, afirmou o secretário-geral.

A OEI divulgou nas redes sociais um vídeo no qual os seus colaboradores contam o que têm aprendido durante o tempo de pandemia e especialistas em cooperação de Portugal, Espanha, Colômbia, República Dominicana e Costa Rica destacam a importância da família, de dar mais valor aos momentos e de trabalhar em conjunto.

“O vídeo é um testemunho das lições aprendidas pelos quase 500 colaboradores da organização de cooperação multilateral mais antiga da Ibero-América que, no ano passado, completou 70 anos a trabalhar pela educação, a ciência e a cultura da região”, descreve a OEI no comunicado.

Por outro lado, a organização decidiu dar acesso livre e gratuito a vários conteúdos educativos e culturais para administrações educacionais, professores, famílias e alunos, como forma de ultrapassar a lacuna criada pela suspensão das aulas e assim mitigar alguns dos efeitos negativos da pandemia na educação.

Segundo dados da UNESCO, estão atualmente sem aulas presenciais mais de 177 milhões de alunos, desde o pré-escolar até o ensino superior, nos 23 países da comunidade ibero-americana membros da OEI.

A OEI tem como Estados-membros Andorra, Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Chile, República Dominicana, Equador, El Salvador, Espanha, Guatemala, Guiné Equatorial, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Portugal, Uruguai e Venezuela.

Desde que foi detetada na China, em dezembro passado, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 245 mil mortos e infetou mais de 3,4 milhões de pessoas em 195 países e territórios, segundo um balanço da agência de notícias AFP.

Mais de um milhão de doentes foram considerados curados.

Os Estados Unidos são o país com mais mortos (67.674) e mais casos de infeção confirmados (mais de 1,1 milhões).

Seguem-se Itália (28.884 mortos, mais de 210 mil casos), Reino Unido (28.446 mortos, mais de 186 mil casos), Espanha (25.264 mortos, mais de 217 mil casos) e França (24.895 mortos, mais de 168 mil casos).

Por regiões, a Europa soma mais de 143 mil mortos (mais de 1,5 milhões de casos), Estados Unidos e Canadá quase 71 mil mortos (quase 1,2 milhões de casos), América Latina e Caribe mais de 13.100 mortos (mais de 248 mil casos), Ásia mais de 9,000 mortos (cerca de 240 mil casos), Médio Oriente perto de 7.000 mortos (mais de 185 mil casos), África cerca de 1.800 mortos (mais de 44 mil casos) e Oceânia 122 mortos (mais de 8.100 casos).

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