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Madeira

“Apoio social deve chegar a toda a gente”

Presidente do Parlamento regional acredita que “o pior está para vir” em termos de problemas sociais decorrentes da pandemia da covid-19

Foto Amílcar Figueira/ALRAM
Foto Amílcar Figueira/ALRAM

No âmbito da iniciativa ‘Parlamento Social’, que tinha sido suspensa por causa da pandemia da covid-19, a Cáritas Diocesana do Funchal recebeu esta manhã a visita do Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, que aproveitou para uma vez mais alertar para os problemas sociais decorrentes da crise, exortando a sociedade civil madeirense a unir esforços para que a ninguém que precise, falte o apoio agora e no futuro.

José Manuel Rodrigues retoma as visitas a Instituições Particulares de Solidariedade Social, referindo, por conseguinte, que “agora faz mais sentido estar mais próximo das pessoas que prestam apoio em termos de solidariedade social”.

José Manuel Rodrigues lembrou que, até à data, há 3.205 empresas em lay-off, 43 mil trabalhadores em lay-off e que perdem 1/3 dos seus rendimentos, perceber-se-á que, se “ainda não é visivel”, é garantido que “está criado um problema gravíssimo social na Região Autónoma da Madeira”, advertiu, acreditando que “o pior está para vir”.

Por isso, o presidente da ALRAM frisou que “é preciso que estas IPSS apoiadas pelo Governo Regional possam ter o apoio das entidades públicas e possamos chegar a toda a gente. Não podemos fechar os olhos, apesar de termos a boca tapada é verdade, perante a realidade que já enfrentamos e terá tendência a piorar”, pediu.

Referindo-se, em particular, à classe média “que está com enormes problemas que, por razões de preconceito e complexo, tem dificuldade em pedir ajuda”, reconhece José Manuel Rodrigues, acreditando “que ninguém deve ter complexo ou preconceito em pedir ajuda. Se as pessoas necessitam, se caíram no desemprego ou no lay-off, se as famílias perderam rendimento, existem cinco milhões de euros em diversas IPSS, atribuídos pelo Governo Regional, precisamente para ajudar essas pessoas”.

Por estar preocupado com a manutenção da “nossa paz social, essencialmente ao nosso desenvolvimento”, aponta aos “próximos seis meses, que vão se muito difíceis, porque os apoios do Estado e da União Europeia só vão chegar, eventualmente, no início do próximo ano”, calcula.

Questionada sobre a possibilidade de uma crise política, José Manuel Rodrigues lembrou que a ameaça de demissão do presidente do Governo “seria numa situação limite em que o Estado não apoiaria a Região”, pelo que espera que “nos próximos dias existam boas notícias da parte de Lisboa em relação a duas questões: primeiro libertar a Madeira dos limites de endividamento que está na Lei de Finanças das Regiões Autónomas; em segundo que se possa fazer uma moratória das duas tranches que a Região tem de pagar do seu empréstimo à República, uma no mês de Julho e a outra em Janeiro de 2021”, ambas totalizando 97 milhões de euros.

O Presidente da ALRAM acredita que com essas duas medidas, “libertariam verbas para poder acudir não só às questões sociais, mas também à nossa economia que está a passar por momentos extremamente difíceis”. E acrescentou: “Basta andar pela Madeira e ver que mais de metade das empresas não reabriram. Sobretudo se tivermos em conta que a Madeira vive do Turismo, da restauração, dos similares e, também, de muitas empresas que, indirectamente, dependem desse sector. Portanto, é preciso dinheiro para derramar sobre a nossa economia, para manter o emprego e, mesmo aumentando o desemprego, para que ele não atinja a catástrofe que seria termos 20% de desempregados, como alguns estudos admitem.”

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