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O jogo das palavras

São tantos os casos em apreço, uns hilariantes, outros sérios, que nem sei por onde começar. O que sei é que a política é demasiado séria para ser tratada por políticos levianos que em vez de governar estão a pensar no voto para os quatro anos seguintes. Nós, povo, temos que estar alerta e denunciar para não deixar que eles se instalem na cadeira do comodismo com jogos de palavras.

Testes ao covid-19 em vez de confinamento.

Pensei escrever sobre esta enorme confusão mas o Sr. Presidente do Governo muda tão rapidamente de opinião que não me deu tempo a falar sobre o confinamento que passou a desconfinamento ou dos testes a 150€, de manhã, para entrarem em saldos à tarde e passarem a ser grátis à noite. Vou escrever depressa sobre a sua candidatura a Belém antes que ele mude de ideias.

Candidatura de Miguel Albuquerque a Presidente da República

O problema da Direita em Portugal é que nunca conseguiu encarar com bons olhos o entendimento institucional entre Marcelo e Costa porque acham que o Presidente da República não foi eleito para concertação de ideias e promover a paz social mas sim para andar às turras com o Primeiro Ministro e tornar o país ingovernável com prejuízo para todos os portugueses que se sentariam a assistir a estúpidas demandas, numa lógica partidária, enquanto o país definhava. São estas guerras que se pretende ou uma paz social a bem do desenvolvimento do nosso país? Julgo que os “promotores” desta soez candidatura tem por objetivo empurrar Albuquerque para a fogueira; Guilherme Silva para se vingar de Albuquerque por ter tirado a cadeira ao seu incondicional amigo, Jardim, e Calado ficará calado à espera que ele se queime para lhe ocupar a cadeira. Por mim já vi o filme e percebi que este show off servirá apenas para agitar as águas a ver se conseguem com pressões as reivindicações que nunca souberam negociar. Imagine-se uma candidatura de Albuquerque, o super-homem que diz não ter medo de nada, contra a popularidade de Marcelo. Isto se Rui Rio não apresentar um candidato do PSD pois aí teremos novamente balas de pólvora seca contra Lisboa.

Eleições Regionais antecipadas.

Miguel Albuquerque tenta imitar em tudo o seu antecessor, Alberto João Jardim, que se demitiu usando como cavalo de batalha a lei das finanças regionais e que lhe rendeu mais alguns votos para as eleições regionais de 2007 mas, na verdade, de nada serviu porque até hoje tudo continua na mesma. Penso que já era tempo do líder do PSD-M marcar a sua posição, a sua própria agenda, e deixar-se de imitações medíocres. Parece que ainda não percebeu que o povo amadureceu e já não vai em cantigas. Não se lembra que perdeu as últimas eleições regionais e para conseguir uma maioria de um deputado na ALR teve que apoiar-se na bengala CDS-M, O álibi é também a crise política, o mote as finanças regionais e o pretexto o mesmo de sempre. Grite Albuquerque o que gritar a verdade é que a República, pelo que tem feito pela Madeira não merece tamanho destrato pelos sucessivos governos do PSD-M. Aposto a minha máscara, oferecida pelo Governo, como Albuquerque não tem coragem de se demitir e provocar eleições regionais antecipadas mas se o fizer não se esqueça de se demitir de presidente do G.R. tal como exigiu que Paulo Cafôfo se demitisse da CMF para concorrer às regionais.

A dívida da TAP

O Ministro das infraestruturas revelou que a dívida bruta (eu diria brutal) era de 2,3 mil milhões de euros. Alguém será chamado a pagar esta dívida e não tenho dúvidas que seremos todos nós. Pergunto: porquê os Governos da Direita se esforçaram tanto por privatizar a TAP se é sempre o Estado quem paga as dívidas. Toda a gente quer comprar a TAP porque sabe que os governos não a deixam cair, daí uma constante má gestão e ainda se premeia administradores. Estão a gozar com quem trabalha? Estão a gozar com os portugueses da Madeira e do Continente que pagam entre 600 e 900 euros por uma viajem entre a ilha e o continente? Então porque não se nacionaliza a TAP? Que interesse tem o Estado em encher os bolsos do senhor Neeleman? Qual a lógica de injectar valores astronómicos na TAP e, ainda por cima, subsidiar as passagens dos residentes na Madeira e nos Açores no valor de 70 milhões/ano pago por todos os portugueses? A TAP é fundamental para o nosso país e se for para o Estado injetar mais dinheiro na Companhia, faça-o mas salvaguardando a sua posição como acionista maioritário e imponha a sua autoridade. Tenho a certeza que o problema desta empresa está apenas nas sucessivas gestões ruinosas, então estabeleça-se um vencimento “decente” para os gestores, com prémios por objetivos. Veja-se que foi preciso esta pandemia para abrir certas mentes que só agora chagaram à conclusão que o turismo nacional é também muito importante!

A segunda vaga

Começo a entender o porquê do SNS prever uma segunda vaga. O Covd-19 ainda está entre nós mas as pessoas já o esqueceram e começam a comportar-se como se o vírus já tivesse sido erradicado. A pandemia assustou mas a mentalidade não mudou.

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