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Presidente do Parlamento Europeu pede “sentido de responsabilidade” a frugais

Foto EPA
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O presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli, apelou hoje ao “sentido de responsabilidade” dos líderes da Áustria, Holanda, Dinamarca e Suécia, os chamados países ‘frugais’, por considerar que “não estão conscientes da seriedade” da crise gerada pela covid-19.

A poucos dias de a Comissão Europeia divulgar a sua proposta para o fundo de recuperação económica pós-pandemia, Áustria, Holanda, Dinamarca e Suécia, os chamados países ‘frugais’, apresentaram no passado sábado um plano de estímulo ao relançamento da União Europeia (UE) que rejeita qualquer mecanismo de financiamento por dívida comum e defende uma distribuição através de empréstimos.

“Apelo ao seu sentido de responsabilidade”, declarou hoje David Sassoli, falando num encontro com correspondentes em Bruxelas.

Para o líder da assembleia europeia, “não há países frugais nem países livres de despesas” relacionadas com a pandemia.

“Pelo contrário, há países conscientes da seriedade dos desafios que enfrentamos e os que não o são. É por isso que peço a todos que estejam à altura deste momento histórico”, frisou David Sassoli.

Para o responsável, “agora não é altura para uma reflexão rígida, mas sim para a reconstrução”.

“Caso contrário, acabaremos por ter uma Europa a velocidades diferentes”, ressalva.

David Sassoli lembra ainda que todos os Estados-membros da UE “beneficiam do mercado único”, notando que “os países que levantaram objeções são alguns dos que mais beneficiaram”.

Na proposta apresentada no sábado, os ‘frugais’ defendem uma ajuda de emergência destinada aos países mais afetados pela pandemia de covid-19, que passa pela atribuição de “empréstimos únicos, em condições favoráveis, direcionado para atividades que mais contribuem para a recuperação, como pesquisa e inovação, fortalecendo o setor de saúde e uma transição verde”.

Para os quatro países europeus, o financiamento desse fundo por dívida comum “permitiria que as economias europeias menos disciplinadas e mais fracas beneficiassem indevidamente de um financiamento mais barato, graças às economias mais fortes dos países do norte”.

Em contrapartida, defendem que “os países envolvidos devem assumir um firme compromisso de implementar reformas de longo alcance e de respeitar o quadro orçamentário imposto”.

A proposta apresentada por estes quatro países europeus surge depois de a França e a Alemanha terem apresentado, na segunda-feira passada, uma proposta de um fundo de recuperação para a UE de 500 mil milhões de euros, financiado por emissão de dívida pela Comissão Europeia e distribuído a fundo perdido, através de subvenções, aos países e setores mais afetados pela crise.

A Comissão Europeia vai apresentar na próxima quarta-feira a sua proposta para o fundo de recuperação, assim como para o orçamento da UE para 2021-2027, propostas que têm depois de ser aprovadas pelo Conselho Europeu, constituído pelos chefes de Estado e de Governo dos 27 Estados-membros.

O fundo de recuperação, por muitos classificado como um novo ‘Plano Marshall’ para a Europa, é considerado o grande instrumento da UE para ultrapassar a crise da covid-19, que, segundo estimativas da Comissão Europeia, provocará uma contração recorde de 7,7% do PIB da zona euro este ano e de 7,4% no conjunto da União.

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