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Não podemos esperar que passe o vírus para ter políticas de emprego

Foto MÁRIO CRUZ/LUSA
Foto MÁRIO CRUZ/LUSA

A coordenadora do BE, Catarina Martins, defendeu hoje que não se pode esperar que passe a pandemia para se implementar políticas de emprego, esperando que o orçamento suplementar responda a essa e outras necessidades de emergência social.

O dia de Catarina Martins começou na cantina da Escola Básica dos Loios, em Lisboa, um das dezenas de espaços dos quais saem as cerca de “15 mil refeições” que diariamente a Câmara de Lisboa distribui a quem mais precisa, um número que disparou devido à pandemia de covid-19.

“Não podemos esperar que passe o vírus para começarmos a ter políticas de emprego, de reconversão da nossa economia porque isso vai demorar”, avisou.

Por isso, na perspetiva da líder do BE, “o orçamento suplementar deve dar esse passo decisivo para construir emprego em respostas públicas que são necessárias e ajudar quem perdeu o emprego, quem ficou sem nada, em setores que não vão conseguir reconstruir-se tão depressa”, sendo o turismo um desses exemplos.

“E outras respostas que o país precise que garantam o emprego e que garantam salários dignos, desde logo nas profissões de cuidados em que tanto é necessária essa presença de mais trabalhadores”, apontou.

Este apoio dado pela autarquia de Lisboa “é uma resposta de fim de linha”, explicou Catarina Martins, uma vez que muitas pessoas “nunca tinham precisado de apoio social” e, trabalhando no turismo, na restauração, nos eventos, nos aeroportos, de forma precária, “de um momento para o outro ficaram sem nada, zero”.

“É preciso uma resposta pública forte que compreenda que esta crise é profunda, afeta todos os setores”, defendeu.

Também nesta área, Catarina Martins espera respostas do orçamento suplementar para garantir que apoios como este da Câmara de Lisboa existem “em todo o país e chegam a toda a gente”.

“O Governo anunciou um aumento do fundo que faz o apoio, mas de apenas 40% das refeições e isso não chega. Só aqui em Lisboa, de responsabilidade da autarquia, do pelouro que o Bloco de Esquerda ocupa na Câmara de Lisboa, passaram de 300 para 15 mil refeições. Isto não é um pequeno aumento. É mesmo preciso, decididamente, compreender a emergência social e ter um grande aumento da resposta e o orçamento suplementar deve dar essa resposta”, apelou.

Se para um município da dimensão de Lisboa “é complicado”, a coordenadora do BE lembra que “há autarquias que têm muito menos dinheiro do que Lisboa e, portanto, se não tiverem essa solidariedade do resto do país não vão conseguir dar essa resposta social”.

Catarina Martins fez questão de começar por “agradecer a todas as pessoas”, não só nestas cantinas, mas em todo o país, “que organizaram respostas públicas inovadoras para não deixar as pessoas cair, para estarem lá quando alguém perdeu tudo”.

“As pessoas que aqui estão trabalham incansavelmente, trabalharam sempre. No estado de emergência, quando era difícil viajar, fizeram-no, estão aqui dedicadas e queremos agradecer a estes trabalhadores e dizer que também está na hora de pessoas que têm estas funções essenciais terem salários que respondam por aquilo que fazem porque como sabem têm dos salários mais baixos deste país”, disse.

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