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Governo britânico cede e dispensa profissionais e cuidadores estrangeiros de taxa de saúde

Foto EPA
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O governo britânico anunciou hoje que vai dispensar os profissionais de saúde e cuidadores sociais estrangeiros de uma taxa para ter acesso aos serviços de saúde públicos, cedendo à pressão da oposição e de membros do partido Conservador.

“O objectivo da sobretaxa do NHS [sistema nacional de saúde britânico] é beneficiar o NHS, ajudar a cuidar dos doentes e salvar vidas. O NHS e os profissionais de saúde do estrangeiro que receberam vistos já estão a fazer isso através da fantástica contribuição que fazem”, justificou um porta-voz do primeiro-ministro, Boris Johnson.

A taxa, até agora paga pelos imigrantes extra-europeus, mas que a partir de 2021, quando acabar o período de transição pós-’Brexit’, também deverá aplicar-se aos europeus, é actualmente de 400 libras (450 euros) por ano e está prevista subir para 624 libras (700 euros) em Outubro.

“Boris Johnson fez bem em fazer inversão de marcha e apoiar a nossa proposta de remover a cobrança da taxa do NHS para profissionais de saúde e cuidadores. Esta é uma vitória para a decência comum e a coisa certa a fazer”, reagiu o líder do Partido Trabalhista, Keir Starmer.

O líder do principal partido da oposição tinha levantado a questão durante o debate semanal no parlamento, na quarta-feira, mas o primeiro-ministro argumentou que era necessário manter a taxa porque permite angariar 900 milhões de libras por ano (1,1 mil milhões de euros).

“É muito difícil nas circunstâncias atuais encontrar fontes alternativas”, acrescentou.

Uma sondagem da empresa YouGov divulgada esta tarde determinou que 58% dos inquiridos eram favoráveis à isenção de pagamento e só 30% consideravam que a taxa devia continuar a ser cobrada.

Vários deputados do Partido Conservador tinham ameaçado revoltar-se contra o governo e apoiar uma proposta para remover a taxa para os profissionais de saúde e cuidadores que trabalharam em lares de idosos devido ao papel no combate à pandemia de covid-19.

Este é o segundo recuo do governo em poucos dias, que aceitou oferecer visto de residência permanente aos familiares todos o tipo de trabalhadores estrangeiros do NHS e lares de idosos que morreram durante o exercício das funções no combate à pandemia.

A medida foi tomada horas depois de um realizador e refugiado sírio, Hassan Akkad, actualmente a trabalhar como empregado de limpeza num hospital público, ter publicado nas redes sociais um vídeo a criticar o governo que se espalhou e foi visto por milhões de pessoas.

De acordo com o balanço de hoje do Ministério da Saúde, o Reino Unido registou 36.042 mortes em 250.908 pessoas infectadas durante a pandemia covid-19.

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