>
Mundo

ONU preocupada com divisões sobre nova data para eleições na Bolívia

Foto AFP
Foto AFP

As Nações Unidas manifestaram hoje preocupação pelas divisões sobre quando se vão realizar as eleições na Bolívia, adiadas devido à pandemia, e pela possibilidade de estas ocorrerem em pouco tempo e sem medidas de proteção à covid-19.

Segundo fonte da ONU, que prestou declarações aos jornalistas sob anonimato, citada pela agência Efe, o caso da Bolívia é um exemplo do impacto que a pandemia está a ter em processos eleitorais em todo o mundo.

De todos eles, a Bolívia é para as Nações Unidas o caso “mais preocupante”, principalmente pela falta de consenso entre as diferentes forças políticas.

A organização internacional referiu que uma das preocupações é o risco de o Governo interino no país da América do Sul se prolongar no tempo.

As eleições, que estavam previstas para 03 de maio, foram adiadas devido ao novo coronavírus, e o país aguarda agora uma data para ir a votos, havendo um prazo de 90 dias estabelecido pelo parlamento, mas que vai contra os desejos do Governo interino.

O parlamento, que tem uma maioria do Movimento para o Socialismo (MAS) liderado por Evo Morales (ex-presidente do país), promulgou uma lei que dá três meses para que seja feito o sufrágio.

Os deputados afetos ao Governo interino, de Jeanine Añez, apresentaram recursos para travar esta lei, pelo facto de o executivo considerar que não se deve acelerar o processo eleitoral a meio de uma crise sanitária.

A ONU está preocupada porque vê pouca vontade em estabelecer medidas de mitigação do risco de contágio durante as votações, como permitir que se vote durante dois dias e com horários previamente selecionados, acrescentou a fonte.

Por outro lado, a preocupação prende-se também pelo risco de se prolongar a situação atual e convocar eleições num momento em que possa beneficiar um dos partidos.

Quando as eleições foram adiadas, a candidatura do MAS, encabeçada pelo antigo ministro Luís Arce, ocupava o primeiro lugar nas intenções de voto.

O MAS e Evo Morales, que exerce a função de chefe de campanha do partido desde a Argentina, acusam a presidente interina de procurar manter-se no poder, que assumiu em novembro do ano passado de forma provisória com a intenção de convocar eleições o mais rápido possível.

A Bolívia irá eleger o presidente, vice-presidente, deputados e senadores, depois de terem sido anuladas as eleições de outubro, nas quais Evo Morales foi declarado vencedor, mas com acusações de fraude e denúncias de organismos internacionais sobre irregularidades nas eleições.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou quase 330 mil mortos e infetou mais de cinco milhões de pessoas em 196 países e territórios.

Mais de 1,8 milhões de doentes foram considerados curados.

Fechar Menu