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NASA recria em laboratório radiação a que astronautas estão sujeitos no espaço

Investigadores da NASA estão a estudar em laboratório os riscos para a saúde da exposição à alta radiação espacial que os astronautas estão sujeitos nas suas missões de longa duração.

Um grupo de cientistas, liderado pela investigadora da agência espacial norte-americana Lisa Simonsen, desenvolveram um simulador para analisar na Terra os efeitos dos raios cósmicos galácticos (GCR) a que os astronautas estão sujeitos nas missões espaciais, noticiou a agência EFE.

No artigo científico, publicado hoje na revista PLOS, é descrita a forma como os investigadores desenvolveram esta ferramenta, no Laboratório de Radiação Espacial da NASA (NSRL, na sigla em inglês).

Os GCR são partículas subatómicas, entre as quais protões e iões de hélio altamente energéticos, que têm uma grande quantidade de energia devido à velocidade a que viajam no espaço, explica o texto, acrescentando ser muito difícil ter protecção destas partículas, porque estas interagem com os materiais das naves espaciais e com os tecidos humanos.

No estudo, os autores descrevem como é que foi desenvolvido o simulador, que permite estudar na Terra os GCR e os seus efeitos.

O objetivo é encontrar uma definição de equilíbrio para a missão em ambientes de radiação e ainda as limitações das instalações, as actualizações necessárias de ‘hardware’ e ‘software’ e as limitações de cuidados e manuseio de animais, revela ainda o estudo.

Os cientistas do NSRL demonstraram ter capacidade para comutar de forma rápida e repetida múltiplas combinações de iões num curto período, ao mesmo tempo em que são controladas as doses diárias fornecidas pelos iões mais pesados.

Em junho de 2018, os cientistas recriaram 33 combinações únicas de feixes de energia iónica, imitando o ambiente de raios cósmicos galácticos que os astronautas experienciam quando realizam missões no espaço.

Meses mais tarde, grandes doses destes raios galácticos criados em laboratório foram administradas a três modelos experimentais de animais, durante quatro semanas.

Desta forma, os investigadores puderam analisar o risco de cancro, de doenças cardiovasculares e efeitos adversos no sistema nervoso central pela exposição a estes raios.

Nos últimos 30 anos, a maioria das investigações para compreender os riscos para a saúde da radiação espacial têm sido feitas usando grandes exposições de feixes ‘mono energéticos’ de um só ião.

Este estudo “marca um importante passo em frente” e permite uma nova era da investigação em radiobiologia, aumenta o conhecimento e a diminuição dos riscos para a saúde dos astronautas durante as missões exploratórias de larga duração para viagens interplanetárias a Marte.

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