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Quantidade de cocaína apreendida em Portugal em 2019 supera 10 toneladas

Foto Lusa
Foto Lusa

A cocaína foi a droga apreendida em maiores quantidades em Portugal, com 10,56 toneladas, na sequência de 575 apreensões, indica o relatório de 2019 da Polícia Judiciária sobre o combate ao tráfico de estupefacientes.

O relatório, que analisa dados das quatro drogas mais comuns (cocaína, cannabis, heroína e ecstasy), refere que a cocaína surge como a droga com maiores quantidades apreendidas, ultrapassando a cannabis, mantendo, assim, a tendência de 2018.

As quantidades de cocaína apreendida registaram em 2019 um aumento de 90,7% face a 2018, fixando-se em 10.567,66 quilos face aos 5.540,68 quilos apreendidos em 2018.

Segundo a PJ, esse significativo aumento das quantidades apreendidas é acompanhado de um aumento de 14% do número de apreensões, que passaram de 504 para 575, sendo este o valor mais elevado dos dados analisados nos últimos cinco anos”.

“Em 2019 foram registadas 3.331 apreensões, das quais 2.904 contabilizadas em peso, 416 em unidades e 11 em medidas de capacidade (líquido)”, refere.

O relatório aponta que a “evolução positiva” da quantidade de cocaína apreendida resultou, sobretudo, do aumento das quantidades apreendidas pela PJ, que representam 86,9% (9.181,18 quilos) do total dessa cocaína apreendida a nível nacional (10.567,66 quilos).

Nas apreensões, a Autoridade Tributária (AT) registou também um aumento muito relevante, passando de 129,11 quilos em 2018 para 1.353,10 quilos em 2019, o que corresponde a uma variação positiva de 948%, sendo esta entidade responsável pela apreensão de 12,8% do total da cocaína apreendida em 2019.

O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) foi responsável pela apreensão de 0,2% do total de cocaína em 2019, com 23,25 quilos, que correspondem a um aumento de 184,2% face a 2018.

O número de apreensões de cocaína (575) continuou a dever-se, em particular, às apreensões realizadas pela GNR (295), ou seja 51,3% do total de 2019. A PJ surge com 23,1% dos casos (133) e a AT e a Direção Geral de Reinserção de Serviços Prisionais (DGRSP) com 13,5% (78) e 3,6% (21), respetivamente. O SEF registou um aumento significativo de apreensões (46), face a 2018, representando 8% do total.

Nas apreensões de cocaína, revela a PJ, a via marítima continua a ser a mais utilizada para o transporte de elevadas quantidades, atingindo em 2019 um total de 9.398,12 quilos, em 16 situações registadas, com estes valores a representarem 88,9% do total de cocaína apreendida em apenas 2,8% dos casos.

“A via aérea surge com 978,59 quilos (9,3%) em 212 situações (36,9%), seguida pela via terrestre com 188,56 quilos apreendidos (1,8%) em 300 casos assinalados (52,2%)”, evidencia o relatório.

Quanto à cannabis, em 2019 foram apreendidos 3.232,99 quilos, o que traduz uma diminuição de 22,53% face a 2018, ano em que foram apreendidos 4.173,39 quilos.

Em relação à heroína, em 2019 foram apreendidos 14,67 quilos, após um total de 197 apreensões, ou seja menos 43,75% do que em 2018. O número de apreensões de heroína também desceu, “embora não tão expressivamente”, passando para 197 casos, menos 12,44% do que em 2018, ano em que se registaram 225”, aponta a PJ, indicando que, segundo informações recolhidas, o preço médio da grama foi de 24,25 euros, mais 2% do que o valor médio pago em 2018.

Sobre o tráfico de ecstasy, em 2019 foram apreendidos 33.712 comprimidos, num total de 218 apreensões, sendo que as quantidades retidas assinalam uma substancial redução (menos 82,8%), contrastando com o aumento do número de apreensões verificado durante os últimos quatro anos.

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