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Madeira

Dormidas no alojamento turístico da Madeira caíram 52% em Março

Dados do 1.º trimestre claramente marcados pela disrupção ocorrida a partir de meados desse mês, que deveria ter sido de crescimento face a Fevereiro e mesmo a março do ano passado

O primeiro caso de covid-19 detectado na Madeira deu o mote para o que viria a ser impacto no turismo. Foto Aspress/Arquivo
O primeiro caso de covid-19 detectado na Madeira deu o mote para o que viria a ser impacto no turismo. Foto Aspress/Arquivo

O mês de Março foi o interromper de uma era de prosperidade para o turismo nacional e regional. Num mês que, tradicionalmente, é o mais forte do 1.º trimestre na Madeira, ocorreram apenas 293,6 mil dormidas e 62,2 mil hóspedes, os proveitos foram apenas 16,6 milhões de euros, 10,8 milhões dos quais de aposento. Grosso modo, são estes os efeitos da pandemia da covid-19 na Região, no que toca ao impacto directo no sector do alojamento turístico, representando quebras de -51,7%, 49,8%, -48% e -48,7% respectivamente ara os quatro indicadores.

E bastou apenas cerca de meio mês de efeitos que, já se sabia seriam nefastos, mas com números de apenas metade de Março, dão uma ideia de como deverão ser os dados de Abril. Refira-se, por exemplo, que Março tradicionalmente é o mês mais forte dos três primeiros meses do ano. Mas face a Fevereiro, por exemplo, a quebra nas dormidas foi de -45,5%, enquanto que em número de hóspedes baixou para -40,5%.

Os dados foram divulgados em simultâneo esta manhã pela Direcção Regional de Estatística e pelo Instituto Nacional de Estatística.

Carnaval em Fevereiro pode ter ajudado a acentuar quebras

“Em Março de 2020, o sector do alojamento turístico registou variações historicamente negativas nos principais indicadores, influenciado sobretudo pelos condicionalismos da actual pandemia covid-19, embora o efeito calendário do período do Carnaval que, este ano, ocorreu em Fevereiro e, no ano anterior ocorreu em Março possa, em muito menor medida, também ter influenciado”, reconhece a DREM.

Cenário idêntico no país

“O setor do alojamento turístico registou 697,7 mil hóspedes e 1,9 milhões de dormidas em Março de 2020, correspondendo a variações de -62,3% e -58,7%, respectivamente (+15,2% e +14,8% em Fevereiro, pela mesma ordem). As dormidas de residentes recuaram 57,6% (+26,6% em Fevereiro) e as de não residentes decresceram 59,2% (+9,5% no mês anterior)”, informou também hoje o INE com os dados para todo o país.

“Em Março de 2020, a estada média (2,72 noites) aumentou 9,6% (+11,4% no caso dos residentes e +9,2% no de não residentes). A taxa líquida de ocupação (17,0%) recuou 21,8 p.p. (+1,8 p.p. em Fevereiro)”, acrescentou.

“Os proveitos totais registaram uma variação de -60,2% (+13,4% em Fevereiro), situando-se em 98,9 milhões de euros. Os proveitos de aposento fixaram-se em 71,8 milhões de euros, diminuindo 59,7% (+15,5 % no mês anterior)”, aponta e acrescenta: “O rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) decresceu 57,4% para 14,4 euros (+6,3% no mês anterior). O rendimento médio por quarto ocupado (ADR) atingiu 66,1 euros, recuando 6,2% (+2,4% em Fevereiro).”

Considerando a generalidade dos meios de alojamento (estabelecimentos de alojamento turístico, campismo e colónias de férias e pousadas da juventude), em Março “registaram-se 746,1 mil hóspedes e 2,1 milhões de dormidas, correspondendo a evoluções de -61,8% e -57,1%, respetivamente (+15,6% e +15,2% em Fevereiro, pela mesma ordem). As dormidas de residentes diminuíram 56,6% (+26,6% em Fevereiro) e as de não residentes decresceram 57,3% (+9,9% no mês anterior)”, especifica.

Poucos não assinalam cancelamentos até Agosto

Diz ainda o INE, que “através de um questionário específico adicional que, durante o mês de Abril e primeira semana de Maio, o INE promoveu e que obteve respostas de cerca de 4.600 estabelecimentos, sobre as perspectivas para a actividade turística nos próximos meses até Agosto, 78,9% dos estabelecimentos de alojamento turístico respondentes assinalaram que a pandemia covid-19 motivou o cancelamento de reservas agendadas para os meses de Março a Agosto de 2020 (estes estabelecimentos representam 90,9% da capacidade da oferta dos estabelecimentos que responderam)”.

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