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STAMA aguarda com “esperança” medidas do Governo para a TAP

Foto PATRICIA DE MELO MOREIRA / AFP
Foto PATRICIA DE MELO MOREIRA / AFP

O Sindicato dos Trabalhadores dos Aeroportos Manutenção e Aviação (STAMA) disse hoje que aguarda com “expectativa e esperança” as medidas do Governo para a TAP, vendo-as “com bons olhos”, e pediu reunião com a tutela, para debater soluções.

“Aguardamos, com expectativa e esperança, as medidas que estão a ser desenvolvidas pela tutela, e obviar que as vemos com bons olhos, recordando ao Estado, tal como já transmitimos ao senhor primeiro-ministro, assim como ao senhor ministro das Infraestruturas e da Habitação, a nossa preocupação com os trabalhadores e os seus postos de trabalho, não esquecendo o esforço e gigantesco contributo que estes já estão a fazer, em resultado da diminuição de rendimentos fruto do regime de ‘lay-off’”, lê-se num comunicado divulgado hoje pelo sindicato.

Neste sentido, o STAMA solicitou uma reunião com o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, para “debater soluções possíveis para o bem de todos”.

Apesar de não estar ainda fechado qualquer cenário para o futuro da companhia aérea, o sindicato considera que as afirmações do Governo, que já admitiu não descartar a hipótese de uma nacionalização da TAP, “não são de todo descabidas, quer no que diz respeito às condições para a sua intervenção, quer nas contrapartidas, no âmbito da gestão ativa, não apenas no modelo de ‘governance’”.

O STAMA ressalva, porém, que as sinergias com privados serão também “sempre vistas com bons olhos” por aquela estrutura, sempre que beneficiem os trabalhadores.

“Não vislumbramos no horizonte soluções ou alternativas que não passem por uma intervenção estatal, o que aliás, é reconhecido pela parte privada, quando pede um aval do estado para se financiar, frisando que só dessa forma se poderá salvar a TAP”, acrescenta o STAMA.

Na quarta-feira, o secretário de Estado do Tesouro, Álvaro Novo, disse que o Governo espera ter uma decisão sobre a injeção de dinheiro na TAP, companhia aérea que quase parou devido à covid-19, em meados de junho, esperando que haja uma melhor “fundamentação técnica” do pedido de auxílio da companhia aérea ao Estado até ao final de maio.

O secretário de Estado do Tesouro referiu que “o pedido de auxílio tem de partir da administração da TAP”, referindo que o executivo já recebeu um pedido inicial que versava sobre “várias matérias”, uma das quais a “garantia [pública] a um empréstimo que a TAP pretende obter”, no valor de 350 milhões de euros.

O ministro das Finanças, Mário Centeno, defendeu na terça-feira que uma injeção repartida entre o acionista privado e o Estado seria “a forma mais tranquila de conversar” sobre uma capitalização da TAP, empresa impactada pela pandemia de covid-19.

O primeiro-ministro, António Costa, assegurou na semana passada que só haverá apoio à TAP com “mais controlo e uma relação de poderes adequada”, mas assegurou que a transportadora aérea continuará a “voar com as cores de Portugal”.

Atualmente, devido à pandemia de covid-19, a TAP tem a sua operação suspensa quase na totalidade e recorreu ao ‘lay-off’ simplificado dos trabalhadores.

Desde 2016 que o Estado (através da Parpública) detém 50% da TAP, resultado das negociações do Governo de António Costa com o consórcio Gateway (de Humberto Pedrosa e David Neeleman), que ficou com 45% do capital da transportadora.

Os restantes 5% da empresa estão nas mãos dos trabalhadores.

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