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Exército colombiano colabora com Governo sobre caso de espionagem

O Exército colombiano entregou na segunda-feira informações ao Ministério Público de Bogotá sobre o caso em investigação relativo a espionagem militar contra jornalistas, políticos da oposição e defensores dos direitos humanos, revelaram fontes militares.

“O Exército Nacional forneceu informações ao Gabinete do procurador-geral da nação, o que pode ser incorporado nas investigações que este organismo está a realizar relativamente às recentes revelações sobre supostos ‘perfis ilegais’”, explicou a instituição, num breve comunicado.

Uma investigação da revista colombiana Semana revelou que, entre fevereiro e dezembro de 2019, os serviços secretos militares espiaram mais de 130 pessoas, incluindo jornalistas locais, correspondentes estrangeiros, principalmente dos Estados Unidos, políticos e advogados de direitos humanos.

Os responsáveis por estes atos criaram perfis pormenorizados de cada pessoa, com os nomes dos seus contactos, familiares e locais de residência, de acordo com a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP).

Esta entidade, com sede em Miami, Estados Unidos da América, condenou veementemente a espionagem de jornalistas nacionais e estrangeiros na Colômbia e instou o Governo presidido por Iván Duque a investigar e punir os responsáveis.

O Exército colombiano expressou agora a sua “disposição de colaborar com o Ministério Público da nação, o que permitirá contribuir para o esclarecimento dos factos e a investigação das responsabilidades individuais”, em consonância com as “políticas do Governo nacional, com tolerância zero a atos de corrupção”.

O comandante da instituição durante os meses de operação informática, o general aposentado Nicacio Martínez, foi interrogado no Ministério Público, na segunda-feira da semana passada, e o procurador-geral colombiano, Francisco Barbosa, já veio dizer que os dados revelados naquela publicação, “dando conta de outros crimes, serão incorporados à investigação”.

A respeito deste caso, o ministro da Defesa, Carlos Holmes Trujillo, disse que o Governo “não tolerará aqueles que desonram o uniforme ou praticam práticas contrárias à lei”.

“Trata-se de conhecer a verdade e que a legitimidade de nossas forças se baseia na transparência, não em cometer injustiças ou em procurar bodes expiatórios”, afirmou o ministro em comunicado.

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