A União Europeia (UE) pediu hoje a adopção de “medidas adequadas” contra os responsáveis pelo uso de armas químicas na Síria, na sequência da publicação de um relatório pela Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ).

A OPAQ, com sede em Haia, apontou o exército do Presidente sírio, Bashar al-Assad ,como responsável por ataques químicos na Síria há dois anos.

“As pessoas identificadas como responsáveis pela utilização de armas químicas devem ser responsabilizadas por estes actos condenáveis”, afirmou o chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, numa declaração em nome dos 27 Estados-Membros.

A UE já impôs medidas restritivas contra altos funcionários e cientistas sírios pelo seu papel no desenvolvimento e utilização de armas químicas e “está pronta a considerar a introdução de outras medidas, se necessário”, anunciou.

“A utilização de armas químicas por qualquer pessoa - seja um actor estatal ou não estatal - em qualquer lugar, a qualquer momento e em qualquer circunstância, constitui uma violação do direito internacional e pode ser equiparada ao mais grave dos crimes internacionais - crimes de guerra e crimes contra a humanidade”, afirmou Borrell.

“A impunidade por estes actos horríveis não será tolerada. Cabe agora à comunidade internacional dar a devida atenção ao relatório e tomar as medidas adequadas”, afirmou o Comissário.

Há dois anos, em Abril de 2017, dois aviões da Força Aérea síria e um helicóptero lançaram bombas contendo sarin e cloro sobre Latame, uma cidade do norte da Síria, “afectando” cerca de 100 pessoas, afirmou a Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ).

A Síria considerou hoje “enganador” o relatório divulgado quarta-feira OPAQ), em que Damasco é acusado, dizendo, num comunicado do ministério dos Negócios Estrangeiros, que ele é “enganador e contém conclusões infundadas e fabricadas que visam falsificar os factos e acusar o governo sírio”.