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Abrir creches e manter jardins-de-infância fechados mantém problema das famílias

A Associação de Creches e Pequenos Estabelecimentos de Ensino Particular alertou hoje que reabrir as creches e manter os jardins-de-infância encerrados vai impedir milhares de pais de regressar ao trabalho.

“O Governo tem falado numa possível reabertura das creches mas nada diz sobre os jardins-de-infância. No entanto, tanto num caso como no outro, estamos a falar de crianças dependentes dos pais. Se não reabrir tudo, haverá muita gente que não poderá retomar a sua actividade profissional”, alertou Susana Batista, presidente da ACPEEP, em declarações à Lusa.

A reabertura de alguns serviços, como o pequeno comércio, está prevista para o início de Maio e a ACPEEP garante que as creches e jardins-de-infância estão preparados para reabrir também já no próximo mês.

As creches acolhem os bebés dos zero aos dois anos e os jardins-de-infância recebem as crianças até aos cinco anos. “Existem muitas famílias que têm um filho na creche e outro no jardim-de-infância. Ao abrirem só uma valência, o problema desta família vai-se manter”, alertou.

Este fim-de-semana o jornal Público avançou com a data de 1 de junho para a reabertura das creches, mas não houve qualquer referência aos jardins-de-infância.

No entanto, só na quinta-feira, depois do Conselho de Ministros, serão conhecidas as medidas concretas e datas de reabertura dos estabelecimentos de ensino.

Os últimos dados disponíveis indicam que em 2018 havia cerca de 6.500 estabelecimentos de ensino com valência de creche que acolhiam mais de 100 mil crianças.

A presidente da ACPEEP garantiu à Lusa que os estabelecimentos de ensino estão preparados para reabrir já em maio, tendo planos de contingência preparados, mas que continuam sem orientações da Direção-Geral da Saúde.

A ACPEEP desenhou um plano de contingência com 28 orientações para que estes estabelecimentos de ensino possam voltar a receber crianças.

O plano foi inspirado nas práticas de outros países, como a Suécia ou a Dinamarca, mas também em medidas que estavam a ser implementadas em hospitais, contou à Lusa a presidente da ACPEEP, Susana Batista.

Desde 16 de março que cerca de dois milhões de crianças e jovens, desde creches a estabelecimentos de ensino superior, estão em casa por decisão do Governo como forma de controlar a disseminação do novo coronavirus, que já provocou 948 mortos e mais de 24 mil casos confirmados de infeção.

Na próxima segunda-feira recomeçam gradualmente as aulas presenciais no ensino superior, estando previsto para meados do mês o reinício das aulas para os alunos do 11.º e 12.º anos às disciplinas que realizem exames nacionais. Depois poderá ser a vez das creches, em 01 de junho, Dia da Criança.

Portugal cumpre o terceiro período de 15 dias de estado de emergência, iniciado em 19 de março, e o Governo já anunciou a proibição de deslocações entre concelhos no fim de semana prolongado de 01 a 03 de maio.

O Presidente da República anunciou hoje que o estado de emergência vai terminar à meia-noite do dia 02 de maio e que Portugal entrará numa fase de abertura por pequenos passos.

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